A MULHER NA SOCIEDADE MODERNA E SEU ENVOLVIMENTO COM A CRIMINALIDADE
Por:- Elizabeth Misciasci
Antigamente (e não tão antigamente assim) a mulher era extraordinariamente dependente do homem e independência era um território exclusivamente masculino.
Com o passar do tempo, a mulher passou para o universo da conquista, retratando na essência e na prática sua capacidade e competência, informada e ligada nas coisas do mundo sob todos os aspectos, igualou-se e até superou a classe masculina.
Porém, se há três décadas passadas a meta prioritária era a igualdade, hoje, as grandes pretensões, estão ligadas em manter a independência conquistada, conciliar carreira e maternidade e ter ao lado, ou a caminho, o companheiro que reúne toda a perfeição concebível.
Adotar o discurso de que:- “-Sou forte, auto-suficiente, posso ser feliz sozinha, independente do passado”, não tem o mesmo efeito para diferentes mulheres, principalmente para aquelas que não tiveram nenhuma oportunidade na fase da infância, oriundas de instituições, ou de famílias desagregadas, não provedoras de educação orientada, religião, possibilidades, interesses, enfim.
Englobamos também em outras partes do Mundo, mulheres que sofrem cristalinamente a opressão e o conservadorismo excessivo, que as tolhem, enfatizando o fato de que se falarmos a nível mundial, muitas mulheres ainda não conquistaram nem mesmo o direito ao voto, como são os casos em nações do Golfo Persa como: Kuwait, Qatar, Oman, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos – mulheres ainda não têm o direito ao voto. Mulheres também são pouco expressivas em voto na Guiné Equatorial, Hong Kong, Suriname, e Taiwan.
Obviamente que pobreza, nunca foi e nunca será sinônimo de criminalidade, mesmo porque hoje podemos presenciar pessoas dos mais diversificados níveis sociais e intelectuais, respondendo a processos crime e sendo sentenciadas, sem falar na existência de crimes cometidos em função das inversões de valores. Contudo, não podemos omitir que as mulheres que foram crianças pobres, expelidas da instituição familiar, excluídas da educação fundamental, sem qualquer qualificação, tendo como única lição que os poucos anos de escola ou nenhum ensinaram, foi de se considerarem a si mesmas inferiores aos outros.
Estas mulheres possuem perfis diferenciados e, estabelecer parâmetros para explicar o sucesso de umas e o fracasso de outras, ou a escolha certa X errada, não é difícil, difícil é encontrar pessoas dispostas a ajudar e compreender os motivos que possam levar mulheres a se envolverem em um emaranhado de dissabores, sem nunca terem podido viver ás glórias e as árduas conquistas do progresso feminino, na sociedade aberta e moderna.
Casamento e Criminalidade
Quem se dedica á vida do lar praticamente em tempo integral, sem investir em uma carreira, novos conhecimentos, ou alguma aprendizagem, certamente, terá crises no futuro em caso de uma eventual separação, principalmente se esta união, não foi embasada em sólidas estruturas e se desta, não foram plantados calços para a prevenção de uma eventual crise financeira futura.
-Por que falar sobre casamento e separação, se a linha temática abordada e desenvolvida é criminalidade feminina?
-É evidente, que não existem regras exclusivas para se traçar apenas um perfil da mulher envolvida com o mundo do crime, mesmo porque há diversos perfis a serem expostos, uma vez que nas unidades prisionais femininas, encontram-se os mais diversos tipos de mulheres, com características verdadeiramente diversificadas, (atentando-se para as idades, condições socioeconômicas e culturais, estruturas familiares, delitos cometidos, penas impostas a serem cumpridas, dependentes de substâncias químicas...) assim sendo, o desequilibro familiar, a falta de uma educação orientada e a total escassez de recursos para o mínimo de subsistência, contribuem sim, efetivamente para o ingresso da mulher na vida do crime.
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