Há quanto tempo, independentemente de ser culpado ou não, no que ao famigerado "Apito Dourado" concerne, anda o major Valentim Loureiro a ser enxovalhado na praça pública? Ainda assim, contra a opinião e vontade de sub reptícios "mandões-mandos-e-mandantes", o major foi reeleito pelo povo gondomarense presidente da respectiva câmara municipal.
Valentim Loureiro não carece de suplementos defensivos e de acólitos defensores, já que sabe e pode defender-se muitíssimo bem, reconhecendo até, com frontal singeleza, que não é um "homem perfeito" em face da cada vez mais profunda imperfeição que grassa no nosso sistema judicial, logo que a justiça aborda personalidades tidas como "acima-de-cima".
Ao imaginar-me no lugar do major, envolvido em tão esconso e ridículo imbróglio, já com a área capilar quase morta, o que me resta de cabelo põe-se de pé. A cair aos bocados, após semelhante rebaixamento público e uma vez absolvido, o que poderia eu exigir para reparar o que deveras é irreparável e não tem preço algum? De qualquer modo, a mim, dar-me-iam decerto um apito furado para sequer poder apitar a minha indignação.