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Artigos-->DEVOLVAM O TROCO -- 12/02/2006 - 11:34 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


DEZESSETE E SETECENTOS

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Maxixe, forró ou baião

É dança pra cabra macho

Pode sossegar o facho

Ninguém engana o chefão

Na quadrilha de Lampião

Ninguém se atreve a roubar

Pois terão que explicar

A diferença havida

A quantia presumida

Aonde ela foi parar



Mas a questão amedronta

Na Comissão Parlamentar

Onde ninguém quer falar

Cada qual faz uma conta

Sem final e sem a ponta

O dinheiro do Mensalão

Só divide opinião

As contas não conciliam

Deputados avaliam

Não se chega a conclusão



Empurrando com a barriga

Com olhar de zombeteiro

Escondem o verdadeiro

Dizem coisas que intriga

Provocando muita briga

Muita farsa e confusão

Nas caixas da eleição

Dinheiro até em cueca

Mala cheia, nunca seca

E o povo sem um tostão



Habeas Corpus consentido

Pelo egrégio Tribunal

Uma ajuda pro lalau

O ato foi expedido

O direito presumido

Não cabe, eu sei, reclamar

Tudo que o mestre mandar

Terá fiel cumprimento

A sentença em comento

Vai dar muito o que falar



Todo mundo imagina

No caso do aposentado

O recurso foi negado

Modificou-se a rotina

O padre sem a batina

O direito foi ferido

O contrato foi rompido

Abriu-se um precedente

A norma ficou diferente

Daquilo estabelecido



Outra vitória do mal

A mentira garantida

Pela lei foi protegida

Sentença do tribunal

Decisão prejudicial

Falar ou ficar calado

Virou direito sagrado

Tiraram sarro da gente

Defenderam o presidente

Tudo muito orquestrado



A verdade preterida

Pela verdade aparente

A verdade de quem mente

A moral foi esquecida

A impunidade, atrevida

Tomou lugar e assento

Não respeitou o momento

Deu causa ganha ao ladrão

Nada em prol da Comissão

A Justiça ao relento



D’ uma forma repetida

Cada um fez sua versão

Não se vislumbra a razão

Da diferença sumida

Da coisa subtraída

Muito mais que dez milhões

Mas não se pegam os ladrões

Nem banco e nem banqueiro

Aonde está o dinheiro?

Nos bolsos dos charlatões?





Doze milhões do Valério

Que emprestara ao Partido

E nada foi conferido

Delúbio, em tom mais sério

Reacendeu o mistério

Só dez milhões repassado

O restante foi negado

Não sabe, não viu, não pegou

E o Valdemar alegou

Que também foi enganado



Seis milhões foi seu rateio

Só um milhão assinado

O resto não foi registrado

Afirmara, sem rodeio

Ficou na coluna do meio

Sisudo e bem comportado

Aquele ex-deputado

Renunciou ao mandato

Pra dar o pulo do gato

Ser de novo bem votado



Nada contabilizado

Tem caixa dois e caixa três

Pra agradar o freguês

Empréstimo avalizado

Na base do confiado

No banco, só gente fina

Não se fala em propina

Ajuda sem compromisso

Há quem acredite nisso

A mentira contamina







Éscândalo protocolado

Muito rolo e trapalhada

Nessa canoa furada

Quem mandou votar errado?

O jogo foi combinado

Aguarda-se pelo final

O bem vencerá todo o mal

A farsa será desvendada

A casa será derrubada

Bem perto do Carnaval



Por enquanto, a baixaria

É quem manda no esquema

Na verdade, um teorema

Aula de economia

Na canção que assim dizia

Vinte mil réis eu vou sacar

Pras campanhas ajudar

Vou lhe dar três e trezentos

Dezessete e setecentos

Você tem que me voltar



Não aceito marmelada

Nem pizza de padaria

Nem gente que renuncia

Com medo da papelada

Após a coisa julgada

Desculpa em verso e prosa

Nem a febre aftosa

Nem gripe de galinheiro

Nem Lula, por derradeiro,

Com seus óculos cor-de- rosa



Amanhã será outro dia

O sol voltará a brilhar

A reeleição vai mostrar

Mudanças na economia

Quem disse que não sabia

A derrota não demora

A solução que aflora

A placa já está dizendo

Não precisa referendo

Presidente vai embora



Tem gente com a passagem

De ida pro purgatório

Só espera o relatório

Pra confirmar a mensagem

Faça chuva ou estiagem

O inferno no roteiro

De qualquer um companheiro

Luiz, José ou João

No final da Comissão

Estarão no atoleiro



E nem adianta apelar

Adiar o resultado

Que já foi adiantado

A turma vai lhe cassar

Seu mandato vai cancelar

Nem Deus, que é brasileiro

E São Pedro, o porteiro

Votarão a seu favor

Nem diante do seu clamor

Salvarão o companheiro













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