Ao mais alto nível do nosso estadão e ao cabo de 32 anos de crónico "crise-em-crise", os "batman", quiçá oriundos do "homem aranha", desta feita decidiram usar o artifício do "homem invisível". Vai daí, mais de metade do corpo assemblante optou por antecipar as férias da Páscoa. Duas dezenas deles assinaram o ponto e rasparam-se sorrateiramente do parlamento.
Afirma um reputado cronista que "o deputado comum não é ouvido ou consultado sobre coisa nenhuma". Mais, "recebe ordens para votar assim ou assado ou, de quando em quando, para dizer isto ou aquilo, sem sequer lhe perguntarem se concorda ou discorda".
Numa altura em que o governo desenvolve laborioso empenho na redução da despesa pública, admira que José Sócrates ainda não tenha aberto a agenda no sentido de eliminar o escândalo da figuração supérflua, espécie de mafiazinha inepta legalizada.
Toda a gente consabe que metade do actual número de deputados chegava e sobrava para manter, com muito menos peso, a quilha da jangada muito mais airosamente à deriva. No entanto, recentes medidas ministeriais vão no sentido de mais solidamente proteger a gritante inépcia de quem não tem vergonha de ser como é. Pudera !...