Pelos jornais, revistas, rádio e televisão há quem não aprecie o estilo de Clara Pinto Correia. Eu aprecio e tenho seguido quanto possível as suas intervenções, porque leio e ouço excelente português e os seus assuntos têm geralmente uma irónica mordacidade que me cativa e apraz.
Quando alguém a "ataca" com escritos fumarentos, só não entro de imediato em sua defesa para não alimentar mais ainda a propositada polémica que os sábios de cordel visam tão-só alimentar. De resto, ela sabe defender-se muitíssimo bem e possui tarimba bastante para contornar as sombras com o seu peculiar sorrisinho de "poder-eles".
Ora, a nossa bióloga, com o seu recente esclarecimento-denúncia sobre a famigerada gripe das aves, fez-me cair do céu e, ao mesmo tempo, provocou-me imediata ascensão, já que desde logo me senti liberto da repugnância mental que, há uns meses a esta parte, me afectou sempre que se me deparava algo que voasse. Até o frango do Vitor Baía me pareceu malignamente gripado.
Com a hipótese aventada na possível envolvência de Donald Rumsfeld na negociata química, quedei-me boquiaberto. Cheguei a presumir que o mortífero vírus poderia ser obra do maquiavélico Bin Laden.
Obrigadíssimo, dona Clara. O famoso Rei dos Frangos, na Póvoa de Varzim, de novo pode contar comigo ao domingo para saborear a benquista especialidade. Vou decerto morrer de outra coisa qualquer e finar-me-ia desconsolado.