Jornal de distribuição gratuíta que vive de anúncios que militam no sistema global, o Destak, com capa - uma das letras que oficialmente não existe no alfabeto português, mas que passou a ser muitíssimo usada após o 25 de Abril - (estou a pensar neste momento se por raro achado uma gajona mportante - de gajo não gosto - me "deixasse ir ao ku") traz em primeira página o seguinte papão: "15 mil homens pedem ajuda à linha SOS Sexo", subtitulando, "Linha SOS Dificuldades Sexuais atendeu 20 mil pessoas desde 1999. Os homens pedem mais ajuda do que as mulheres. Disfunção eréctil (falta de tesão), ejaculação precoce (quando um gajo se esporra muito depressa) e características físicas do pénis (sempre que um tipo não tem um caralho harmonioso), são os problemas que mais preocupam.
Se porventura, companheiros de Usina, em português, se perguntar a 100 pessoas o que entendem por disfunção eréctil, 70 delas encolherão os ombros com os olhos suspensos de dúvida, mas, se as interrogar sobre o que é a falta de tesão, nenhuma delas terá alguma dúvida e sorrirão.
Babel existe persistentemente para explorar com confusão o que já se sabe e consabe há milénios. Mas ainda há pior: há gente que não quer ouvir e até proibe que se exprima erecção ou tesão.
Tá caladinho, Toninho, senão levas no focinho. Ah... Merda, sou um malcriado do caralho, um abominável mal educado, pois então não sou?
No buscador da Google introduzi agora mesmo, solicitando imagens, "falta de tesão"... A primeira figura que se me deparou foi esta:  Lindo... Meia dúzia de rabiscos que dão a nítida ideia de um gajo muito triste. Reparem que, apesar de não se ver, o tipo está a olhar desolado para o pirilau. Coitado, não se levanta, precisa de ir ao médico. Eu, se fosse à médica, o meu levantava-se logo!...
Diacho, luto, luto e esfolo-me todo pela plena libertação do raciocínio contra todas as fraudes mentais e, afinal, estou rodeado de uma cambada hipócrita de estupores que impõe barreiras ao pensamento livre a fim de melhor explorar e fruir, em situação criminosamente legal, a devassidão. Que merda!... António Torre da Guia |