"O Leão está gravemente enfermo: sofre de obesidade mórbida. Urge a cirurgia de redução do estômago. Uma lipo também não cairia mal.”
Helcio Cesar Hime.
Depois de quatro meses de atraso, o Congresso finalmente aprovou o Orçamento da União para 2006. Das receitas líquidas previstas de R$545,9 bilhões, 48,9% serão gastos com apenas dois itens: o pagamento dos benefícios da Previdência Social e os salários dos funcionários públicos. Como mais de 90% das receitas estão comprometidas com as despesas institucionais obrigatórias especificadas na Constituição, portanto “imexíveis”, dinheiro que é bom para investimentos necas; apenas 3,8%! Com um Estado pesado e gastador voraz, fica difícil aceitar promessas políticas da retomada do crescimento econômico sustentado. Com o envelhecimento da população, e, portanto, o aumento do número de aposentados e pensionistas, a despesa com a Previdência Social tenderá aumentar a cada ano. No passado, o país tinha sete trabalhadores para um aposentado e hoje esta relação é de dois para um. Quanto aos servidores públicos, só no atual governo, o seu número cresceu em 37.500 contratações! É preciso diminuir as despesas correntes do Governo para aumentar a taxa de investimentos públicos e reduzir a carga tributária que está asfixiando a classe média, ou do que sobrou dela. Enquanto não forem feitas as reformas que o país precisa, especialmente a reforma da Previdência e a Tributária, e de Leis que facilitem a contratação de mão de obra, estamos alimentando uma bomba relógio que vai explodir mais tarde. O atual Orçamento da União não é uma peça séria; apenas uma ficção para inglês ver. Vejam por que.
Itens R$ bilhões (%) percentual
Previdência Social – INSS 162,7 29,8
Salário servidores públicos 104,2 19,1
Transferências para Estados e Municípios 90,0 16,5
Programas prioritários 52,4 9,6
Pagamento de juros da dívida pública (*) 51,9 9,5
Outras despesas obrigatórias 47,5 8,7
Subtotal. 508,7 93,2
Verba livre para o Governo 16,2 3,0
INVESTIMENTOS 21,0 3,8
Total Gera: 545,9 100,0
Fonte: Ministério do Planejamento
(*) ano passado foi pago R$160 bi.
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