Falava bem e, na realidade, entendia do assunto. Tanto na televisão, quanto na faculdade, leigos e entendidos concordavam: ela era uma expert em educação.
Fora sempre uma aluna aplicada, discípula amada do Professor Laurenz, seguidor dos grandes pedagogos modernos, famoso em todo o mundo.
Fizera pós-graduação e se destacara tanto que, ao concluir o curso com conceitos altíssimos, recebera convite imediato para lecionar na Universidade local.
Só anos depois, quando foi aberto o primeitro concurso, increveu-se e terminou classificada em primeiro lugar.
Sem muito tempo para assuntos românticos, acabou casando com um colega de magistério superior. Da união nasceram dois filhos: um casal.
Mas, pouco tempo trivera para curtir os rebentos. Havia sempre um convite para fazer palestras em vários locais, havia as aulas, os livros para revisar, as provas para corrigir, os concursos para examinar, enfim, não sobrava tempo para a família.
Como resultado lógico, o marido encontrou alento fora do matrimônio, apaixonando-se por uma aluna bobinha, que só objetivava mesmo era segurança na vida que sempre fora medíocre.
Os filhos, assim, cresceram carentes de atenção e de amor.
E a grande educadora, seguida por tantos em tão variados lugares, termionou dando ao mundo duas aberrações: a filha, perturbada, insegura, tenou o suicídio inúmeras vezes, fruto de muitos relacionamentos conflituosos, acabou numa clínica para tratamento de drogados; o filho, insatisfeito com sua sexualidade, apesar de muito feio, tornou-se um travesti de espetáculos de segunda categoria, procurando no submundo preencher uma vida mesquinha e vazia.