Recordo-me, com muita saudade, do tempo em que comecei a trabalhar como juiz de direito no Estado do Espírito Santo, época em que o Tribunal tinha um número mais reduzido de Desembargadores, todos muito dedicados, lutadores e dos quais, indistintamente, eu guardo no coração a melhor impressão, vez que se tratava de homens que muito contribuíram para a boa imagem da nossa Justiça. Entre eles, posso citar o decano, Des. Cristalino de Abreu, os Desembargadores Homero Mafra, Arione Vasconcelos, Geraldo Correia Lima, Sebastião Teixeira Sobreira, Rômulo Salles de Sá, Hélio Gualberto de Vasconcelos, Antônio José Miguel Feu Rosa, Osly da Silva, José Eduardo Grandi Ribeiro, Everly Grande Ribeiro e Antônio José Rua, homens talentosos e devotados à causa da Justiça. Eram respeitosos, unidos e mantinham entre si uma boa convivência, requisitos ainda mantidos no nosso Tribunal ainda nos dias de hoje, pelos seus não menos ilustres sucessores. No entanto, lembro-me de uma passagem muito interessante, que considero pitoresca, ocorrida entre os Desembargadores Rômulo e Cristalino, o que me leva a fazer este artigo. O Des. Cristalino tinha uma invejável criação de curiós e prometeu um daqueles pássaros ao Des. Rômulo, mas nunca se lembrava de trazê-lo, motivo pelo qual um dia, durante a Sessão do Egrégio Tribunal Pleno, o Des. Rômulo enviou-lhe, após ouvir uma bela exposição oral do nobre Decano, pelo Oficial de Justiça,inicialmente um bilhete e, posteriormente, um poema intitulado SÚPLICA, no sentido de lembrá-lo e de compeli-lo a cumprir a promessa de doação. Eis os textos encaminhados: