Viveu a população ribeirinha do rio Jaguaribe e de seus afluentes, momentos dramáticos com a enchente de 1960, quando por ocasião do arrombamento parcial do açude Orós. A noticia logo se espalhou, e as cidades de Russas, Aracati, Itaiçaba, Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Icó, e o distrito de Alto Santo, de nome Castanhão, foram evacuadas por forças do Exército. A cidade de cearense de Russas, como não poderia deixar de ser, parou. O Banco do Brasil transferiu todo os seus utensílios para o lugar Tourão e liberou os seus funcionários.
Nessa luta de socorro as vítimas os helicópteros prestaram inestimáveis serviços a este povo, que insistia em não abandonar suas casas. Sobre toda a região soltaram panfletos, que anunciavam a catástrofe, tida com certa. Em alguns deles lia-se: "Com o rompimento da barragem, todas as pessoas residentes nessas localidades estão com suas vidas em grande perigo, pois serão levadas pelas águas".
Havia estimativa de que mais de dez mil pessoas estavam completamente isoladas e sem grande possibilidades de fuga, diante da aproximação rápida das
águas enfurecidas do Rio Jaguaribe. Os flagelados se amontoavam nos lugares mais altos, como Poço Comprido, São João do Jaguaribe, Ilha Grande e Quixeré, e Tabuleiro Alto, em Russas.
Precisamente às 10 horas do dia 26 de março um terrível estrondo foi ouvido a grande distância. Um lençol d água de larga proporção desce a barragem do grande reservatório e invade toda a extensão do Vale do Jaguaribe, destruindo o que encontrava pela frente, como casas, cercas, animais, etc.
Integrando a cadeia da solidariedade, da parede do açude transmitia o radioamador PT 7 VC - Coronel Chagas.
Relatando tudo nos seus mínimos detalhes. Claro que emissoras de rádio também estiveram presentes.