Estou persuadido que foi a partir da eclosão do escândalo casapiano, cujo processo judicial se tem arrastado - quiçá até sua integral diluição - na senda de sucessivos descaros, que Portugal e os portugueses entraram na estupidificante "crise conveniente" que cada vez mais se estreita ao redor da pele dos que mais suam e menos proveito usufruem entre milhares e milhares de miseráveis casos que bradam aos céus.
Desde as estranhas fugas de Guterres e Durão para altos poleiros internacionais à fraude eleiçoeira que Sócrates não teve pejo em cometer bem de face à votação que pela primeira vez outorgou uma maioria absoluta ao PS, a corrupção e a impunidade instalaram-se degradando de lés a lés o tecido social do país.
Vi há dias na RTP1 o gato a estrebuchar sob os montões de poeira que lhe têm sistematicamente deitado em cima: em plena sala de aula, os alunos agrediam-se, agrediam professores, assediavam-nos sexualmente e passeavam sobre as mesas de trabalho, possivelmente impelidos pelas exemplares "mandalices-malatices-fedorices" que, desde a "praça da tristeza" ao "Portugal de rastos", incessantemente se lhes encrustam, pela estranha tabela da má educação em que militam, nos desmiolados mentozinhos.
Em suma, as libertárias teorias aplicadas, sem nenhuma experiência prática ao longo das últimas três décadas, revelam-nos um gato completamente apodrecido: puxa-se-lhe pelo rabo para o desenterrar e o apêndice desliga-se, deixando-nos nas mãos um fedorento futuro.