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Artigos-->PELOS 300 ANOS DA GUERRA DOS EMBOABAS E DO CAPÃO DA TRAIÇÃO -- 06/06/2006 - 09:55 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Houve em Minas Gerais, no início dos anos setecentos, sérios desentendimentos entre os descobridores do ouro e os forasteiros. Descoberto o ouro nesta região, uma forte corrente humana que aqui se aportou, com gente de todas as classes, etnias e de todas as origens geográficas. No livro Cultura e Opulência do Brasil, do padre João Antônio Andreoni (Antonil), encontramos a seguinte referência do afluxo de pessoas a Minas Gerais: "a sede do ouro estimulou tantos a deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão ásperos como são os das minas, que dificultosamente se poderá dar conta do número de pessoas que atualmente lá estão..."

Aquele afluxo de forasteiros desagradou os paulistas. Por terem descoberto as minas e por elas se encontrarem em sua capitania, os paulistas reivindicaram direito exclusivo de explorá-las. Entre 1708 e 1709, ocorreram vários conflitos armados na zona aurífera. Os paulistas referiam-se aos recém-chegados com o apelido pejorativo de emboabas. Os emboabas aclamaram o riquíssimo português Manuel Nunes Viana como governador das Minas. Nunes Viana, que enriquecera com o contrabando de gado para a zona mineira, foi hostilizado por Manuel de Borba Gato, um dos mais respeitados paulistas da região. Nos conflitos que se seguiram, os paulistas sofreram várias derrotas e foram obrigados a abandonar muitas minas.

Com a derrota e a conseqüente expulsão, vários paulistas pararam na região situada entre os Arraiais da Ponta do Morro (atual Tiradentes) e Novo de Nossa Senhora do Pilar (atual São João del-Rei/MG), provavelmente na região da Fazenda do Córrego. Sabedores que lhes vinha em perseguição uma coluna de cerca de 200 homens comandada por Bento do Amaral Coutinho, dali fugiram rumo a São Paulo, embrenhando-se no mato, sendo sitiados e exterminados cruelmente, após se renderem. Coutinho prometera aos paulistas que lhes pouparia a vida, caso se rendessem. Entretanto, quando eles entregaram suas armas, foram impiedosamente massacrados no local que passou para a história com o nome de “Capão da Traição”.

Já chegaram até a erigir um marco em granito e com placa de bronze, sugerindo que o dito Capão ficaria nas imediações de onde hoje está o bairro de Matosinhos, em S. João del-Rei...

No entanto, há um relato importantíssimo do sargento-mor português Joseph Álvares de Oliveira, contemporâneo do acontecimento, posto que fora comandante de uma das companhias que defenderam as fortificações do Arraial Novo. Ele afirma que o local estava a “coisa de légua e meia ao rumo do Norte, em um Capão”. Assim, seguindo as orientações do sargento-mor, será que poderíamos localizar o local em questão na margem direita do Rio das Mortes, nas proximidades da Fazenda do Pombal, entre os Rios Santo Antônio e Carandaí? É importante ressaltar que Joseph Álvares de Oliveira encontrava-se no Arraial Novo (S.João del-Rei) e, então, acredito que a distância de cerca de 10 km deva ser calculada a partir de onde ele estava posicionado.

Não existe, com este simples artigo, a pretensão de determinar a localização exata do Capão da Traição.

O que há, isto sim, é a simples e necessária intenção de se provocar ações que possam culminar nessa exata localização, já pensando no ano de 2009, quando estaremos completando os 300 anos do final da Guerra dos Emboabas.

Na verdade estas provocações já surgiram no Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, através do confrade Murilo Geraldo de Souza Cabral e Ulisses Passarelli, e, também, de maneira formidável, através de um relato do cidadão Cipriano Chaves de Resende sobre a existência de vestígios de um antigo e quase desconhecido cemitério no município de Coronel Xavier Chaves. O dito cemitério está localizado no “Pasto da Lagoa”, parte integrante da atual Fazenda Ouro Fino (já denominada Fazenda do Areão, Fazenda do Rio das Mortes e Fazenda Venda Nova). Aquelas covas poderão nos mostrar códigos históricos que as justifiquem como depósitos das vítimas do massacre ocorrido no Capão da Traição.

Torna-se interessante e necessário estabelecer uma parceria entre as prefeituras e as entidades histórico-culturais-educacionais de São João del-Rei e de Coronel Xavier Chaves, com o apoio do Instituto Estrada Real, para solicitar à 13ª Superintendência Regional do IPHAN/MG o auxílio no sentido de efetuar prospecções arqueológicas e investigar a origem daquele cemitério, bem como de promover estudos que fundamentem a exata localização do Capão da Traição, palco de um dos mais tristes e sangrentos episódios da Guerra dos Emboabas.

Creio que se estas ações forem pensadas e colocadas em prática, chegaremos ao tricentenário da Guerra dos Emboabas e do Capão da Traição, no ano de 2009, em plenas condições de dissipar algumas dúvidas e, conseqüentemente, de apresentar uma belíssima contribuição para a nossa História!





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