Uma banda que é brilhante até mesmo em sua quase consensual "decadência" não é uma banda comum.
O último poeta, no sentido Byron do termo, do Rock - Brett Anderson. Um sobrevivente. Um hedonista. Um decadentista. Um símbolo. Um mistério.
Secundado por dois guitarristas de temperamentos opostos, que moldaram a ambiguidade do Suede.
Bernard Butler, o virtuose dos arabescos, o Van Gogh das guitarras inglesas dos anos 90, o homem que entortava qualquer melodia perfeita até expor sua alma em carne viva.
Richard Oakes, o estóico maratonista das escalas, o homem das introduções perfeitas, o Miró perfeccionista que se recusava a modificar a espontaneidade sanguínea original.
Sem esquecer da bateria vigorosa de Simon Gilbert, do baixo muscular de Matt Osman e dos teclados samaritanos do bibelô Neil Codling. Sem eles, o Suede teria sido uma bela tragédia do Rock N Roll. A contribuição suave e discreta dos membros restantes permitiu o pouso suave do Suede pós-Sci-Fi Lullabies.
Entre a alma em carne viva e o sangue em fluxo, o Suede construiu a mais bela, trágica e improvável obra do Rock inglês dos anos 1990.
Arautos-atores platônicos, navegando as arestas do romance atemporal inter-classes e os interstícios do sexo contemporâneo. Louvando sonhos possíveis, enraizados em utopias improváveis.