AS CINCO ESTAÇÕES
Mas, como, se as estações são apenas quatro?... Não, quanto a mim, em 2006, não, não são. São cinco. Fartei-me de matutar. Em princípio impossivelmente imaginando o que será a noção sobre o máximo e o mínimo do universo e, logo a seguir, debruçando-me sobre o movimento de translação da terra, relacionando-o globalmente com as clássicas quatro estações e a nossa vida.
Ao nascer, numa primeira evidência, temos tudo e, através de um só ciclo, ao morrer, não temos nada. Não acredito neste raciocínio lógico. Acredito precisamente no contrário: vindos do nada absoluto encaminhámo-nos para o tudo absoluto, não individualmente, claro, mas através da essência colectiva que constituimos e imparavelmente vai progredindo e evoluindo.
Por consequência e por enquanto, a quinta estação desconhecêmo-la no efeito sequente, mas ela existe defronte aos nossos olhos em exemplar e incógnita permanência.
Eis pois para onde vamos: vamos para o espaço colectivo da inteligência. Aí, marcaremos ou não pontos positivos ou negativos, a favor ou contra a humanidade.
Para relacionar a Primavera, escolhi bebés e um palhaço jovem. Para o Verão, optei por uma bela mulher e um colorido arlequim. Para o Outono, considerei Simone Veil e um vulto feminino mascarado. Para o Inverno, as imagens em apreço suscitam-me o branco, a neve, o gelo e o esplêndido resumo de saber envelhecer. Por fim, a morte, para bons e maus, para todos fatalmente igual, com uma única dúvida: será nada, ou, ao contrário do que presumimos, será tudo?
Agora, apenas com palavras exiguamente bastantes, aprecie e dilicie-se com as sequências em imagem e música adequadas. Após o clique, prima a tecla "F11" para melhor fruir o efeito.
AS CINCO ESTAÇÔES
António Torre da Guia |