   O entusiasmo com que os adeptos do futebol aguardaram o prélio entre colibris e kangurus levou, em termos de espectáculo, um inesperado balde de água fria sob o intenso calor do estádio Alianz Arena, completamente lotado de amarelo.
Durante os primeiros 45 minutos, os jogadores brasileiros e australianos limitaram-se a impedir que a bola circulasse. Locutores e comentadores desportivos apenas abordavam a incapacidade que actualmente atinge Ronaldo, criticando severamente Parreira por não optar em definitivo por Robinho.
Ambas as equipas foram para o descanso sem haver produzido o mínimo esforço ou qualquer lance digno de nota. Se alguém esperava ver bom futebol, não viu mais do que uma desinteressante e confusa cena de anti-bola.
No segundo tempo, então, os colibris começaram a esvoaçar como era preciso. Aos 48 e 89 minutos, respectivamente, Adriano e Fred concluíram com êxito duas das muitas jogadas onde a iminência do golo pairou. O Brasil não deu seis ou sete tão-só porque Deus fez o que pôde para não humilhar os simpáticos kangurus.
O Brasil, no Grupo F (F de fácil) apurou-se pois naturalmente para a segunda fase. No próximo encontro, para cumprir o calendário com o Japão, Parreira poderá, se quiser, afinar os pandeiros e brindar a torcida canarinha com gostoso samba de bola. E nisto reparei eu: por motivos que só os astros sabem, Carlos Alberto Parreira tem andado cheio de medo. De quê?
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António Torre da Guia
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