ffdd11>Saiba de imediato, Ex.ma Dona Maria, que desde miudinho sinto e cultivo uma espontânea simpatia pelo género feminino, atribuindo à mulher primordial lugar na sociedade hodierna. Recordo hoje com enorme saudade a minha professora primária Dona Aninhas. Com ela e através dela, logrei com deslumbrante orgulho o diploma de "Distinto" no meu exame oficial da 4ª. classe. Sabia então de fio a pavio a História de Portugal, a Geografia continental e ultramarina, a rede ferroviária, escrevia e desenhava com excelência.
Enfim, aos 11 anos de idade, meteria no bolsinho dos meus calções qualquer destes rapazotes que andam por aí armados em jogadores de basebol sem taco e bola, com brincos nas orelhas, no nariz e até naquele sítio. À chapada pô-los-ia em vénia a pedirem-me perdão pela estúpida parvalhice em que vão resvalando.
No entanto, se ainda tenho mãos sólidas e sãs, é porque mil dúzias de reguadas e outras tantas canadas não me fizeram mal algum. Hoje, considero que a eficiente régua de madeira deveria ser de aço. Há quem diga que se a palmatória em vez de furos tivesse uns preguinhos, não haveria actualmente tantos ladrões habilidosos.
A doutora não considera assim, pois não? Essa trampa toda que nos vai cercando sem conta nem medida merece ser tratada com papelinho higiénico feito à base de linho puro, a fim de que preservem quanto possível o "tutu" muito limpinho - em antanhos tempos Sócrates exigia que seus alunos não comessem feijão - para a pedofilia socializante fruir e lacerar aprazivelmente o fecho da dignidade aos putos.
Pela televisão, pelas poses na imprensa, a voz e a figura da Senhora agradam-me. Se porventura as medidas que tem protagonizado não fossem de me fazer coçar o pensamento, decerto que a escolheria como pessoa e modelo ideais. - Aonde foi a Senhora buscar essa de colocar os pais a avaliar a competência dos professores? Presumo que foi algum dos seus "geniais" acólitos que teve tão "luminosa" ideia. Ai, Senhora Ministra da Educação do meu querido País, então, como é possível, desta feita, pôr os bois em cima do carro?!...
Agora, em 2006, que vivemos rodeados de meios tecnológicos de alto gabarito, não se aproveita devida e utilmente, sob intenso estudo e prática, tão flagrante ensejo. Tudo se arrasta descontraidamente e brinca-se com aquilo que é muitíssimo sério. Entenderá V.Sra., à parte minha ríspida e ácida escrita, a mensagem que aqui lhe deixo na ilustração deste texto?
Escrevo firme e propositadamente ofensivo porque, em paz, não vejo outra forma de sacudir os miolos aos incompetentes governantes que mais e mais, com refinado descaro, se abotoam em nome do bem comum que nunca mais produzem. Parecem-me padres aplicando o unguento religioso. Penitenciam-se oa caríssimos irmãos através de umas moedinhas na caixa de esmolas do Santo António... Ora vejam lá: um sábio, modesto e humilde doutor, só depois de ir para o céu é que ficou rico na terra, tornando-se num insustentável pedinchão. Aonde está o dinheiro?!...
E claro, Ex.ma Ministra, sequer abordo a problemática da "bomba" que está explodindo nas veias da nossa juventude. Já são mais os "tratantes" da nefasta poeira que os doentinhos que adoram fazer frequentes viagens para a vertigem do nada. O negócio floresce e a juventude fenece.
António Torre da Guia |