Quarenta anos após, poderemos ou não reviver o êxtase dos Magriços
Ainda e mais uma vez, defronte ao televisor e ao computador, vou seguir o Inglaterra-Portugal, jogo que está a concitar a curiosidade e o interesse da maioria lusófona através do mundo.
No decorrente mundial, após quatro jogos sucessivamente efectuados desde 9 de Junho findo, as selecções em apreço, apresentam a seguinte situação pontual:
A Inglaterra venceu o Paraguai, Trinidad-Tobago, empatou com a Suécia e venceu o Equador. Por sua vez, Portugal venceu Angola, Irão, México e Holanda. A selecção portuguesa apresenta-se pois integralmente ganhante até ao momento, o que lhe dá à partida uma personalizada vantagem, entre outros históricos pormenores do tipo "água-mole-em-pedra-dura...".
Portugal vai jogar sem dois elementos fundamentais, Deco e Costinha, um, excepcional armador e goleador, e outro, médio defensivo de seguro gabarito. Como irá Scolari colmatar estas duas importantes baixas? Vamos ver e, claro, de coração nas mãos, ansiosos para que o Sargentão e o Parreira se defrontem na próxima contenda.
Ingleses e portugueses, desde 1373 - há por consequência 633 anos - que têm entre si a aliança política mais antiga do planeta. Todavia, em pose de agradabilíssimo sofisma, considero que os bifes ainda não cessaram de passar manteiga no bacalhau, ávidos para o comerem de uma vez por todas. Ora, como bem se consabe, o bacalhau é muito saboroso, mas só confeccionado sob um excelente azeite de oliva. Assim, estou aguardando a festa e desde já desejando que o Brasil, ao cair da noitinha em Portugal, regue o churrasco com bastante piri-piri.
Os jogadores, de mão dada a pequeninos futuros craques, entram no Estádio, repleto. Alguns dos bilhetes, no mercado negro, foram vendidos a 2.500 euros, cerca de 7.600 reais. Os hinos de ambos os países vão ser tocados e cantados. O nosso: "Heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal... Às armas, às armas, contra os ladrões, marchar, marchar...".
INGLATERRA
Robinson
Neville - Ferdinand - Terry - Cole
Owen - Gerrard - Lampard
Beckham - Joe Cole
Rooney
PORTUGAL
Ricardo
Miguel - Meira - Carvalho - Valente
Petit - Maniche
Tiago - Figo - Cristiano
Pauleta
Árbitro: Horácio Helizondo, da Argentina.
04h00 - Começou o jogo e o pontapé de saída pertenceu à Inglaterra.
04h17 - Decorre o prélio com emoção assaz acesa e os ataques sucedem-se sobre uma área e outra. Os ingleses estão a mostrar-se mais efectivos e perigosos face aos portugueses, que se defendem em cima do fio.
04h32 - Os bifes começaram a dar forte e feio nos portugas. O árbitro amarelece Terry.
04h39 - Figo trabalha a mestre, simula, domina, chuta com arte e a bola passa junto do ângulo esquerdo da baliza inglesa.
04h47 - Intervalo. Houve muita emoção, mas deveras-deveras, para ambos os lados, o golo nunca esteve iminente.
05h02 - Recomeçou o jogo. Desta feita saíram os portugueses. Por quantos minutos mais permanecerei embalado no sonho?...
05h19 - Rooney agride Carvalho no solo e vê cartão vermelho. Simão substitui Pauleta,
05h35 - Os portugueses vão tendo ascendente, mas não conseguem penetrar a defesa inglesa.
05h37 - Robison salva espectacularmente a honra de Inglaterra. Grande defesa.
05h40 - Ricardo, uma e outra vez, evita o golo inglês. Emoção a rodos.
05h44 - Scolari joga forte: tira Figo e manda entrar Postiga. N.S. de Caravagio está prestes a descer... Ou a fugir!...
05h49 - Milagre!... O golo inglês não apareceu em cima da hora.
05h50 - O tempo regulamentar esgotou-se. Vai haver um prolongamento de 30 minutos.
05h55 - Iniciou-se o prolongamento.
06h10 - As equipas trocam de terreno e Nossa Senhora demora...
06h23 - A marca de grande penalidade. Foram os ingleses que inventaram o futebol...