Segundo tenho depreendido, pelos escritos dos Usineiros que têm abordado o futebol brasileiro, Carlos Alberto Parreira faz parte do sistema político "lular" que actualmente domina o Brasil e que, apesar da evidente desonestidade que faz imperar sobre o povão, pretende reimplantar-se através das próximas eleições de Outubro.
Lula, a demitir-se e também a sujeitar-se imediatamente à justiça do voto, preferiu embrenhar-se na confusão que o coloca sobre incontornável suspeição. As suas desculpas, algo de estupidamente ridículo e espectacular pelo nu e cru descaro, por um outro relacional ângulo, encaixam-se perfeitamente nas que Parreira dá agora em face da surpreendente queda do Brasil no Mundial de Futebol.
000099>RIO DE JANEIRO - A apatia que tomou conta da seleção brasileira na derrota por 1 a 0 para a França era visível. Os comentários da falta de uma voz de comando dentro de campo parecem ter chamado a atenção não só por grande parte da imprensa e dos torcedores, mas também de Carlos Alberto Parreira. Em entrevista concedida nesta segunda feira, o treinador admitiu que o time carecia de um jogador com esta característica.
"Nesse time, não tínhamos um jogador como o Dunga, por exemplo. Sendo assim, passamos aos mais experientes, a necessidade da divisão desta responsabilidade", disse.
Um dos que, hipoteticamente, deveria ter este dever, o lateral-esquerdo Roberto Carlos, foi apontado como um dos grandes culpados pela desclassificação inesperada. No lance que originou o gol de Henry, o jogador, que tinha como obrigação tomar conta da marcação, parecia estar ajeitando as meias. Ao ver o videotape, Parreira admitiu a falha, mas saiu em defesa do jogador.
"Realmente um jogador como ele não poderia cometer este tipo de equívoco, mas se ninguém errasse todos os jogos iriam terminar em 0 a 0 e o futebol não seria um esporte tão emocionante", explicou.
Esta saída do seleccionador-treinador brasileiro, espécie de estocada na inteligência comum, dá pra rir e chorar ao mesmo tempo.
Ora pois, sem óbice, 180 milhões de brasileiros estão perante o estadão de dois grandessíssimos incompetentes. E claro, quem vive em estadão se do privilégio não tiver a noção, quem se lixa é o povão.
De resto e em minha opinião, Nossa Senhora do Caravagio evitou um muito triste espectáculo no passo seguinte: é feio, muito feio que propalados irmãos se comam uns aos outros...
António Torre da Guia |