Histórias se contam aos montes, umas verdades e outras puras anedotas, inventadas propositalmente. As duas historinhas que vou passar aqui são verdadeiras e me foram contadas por um homem verdeiro chamado José Lopes dos San;tos, jornalista dos mais acreditados, companheiro da Acade;mia Piauiense de Letras. Conto-as porque ele mas contou e não pediu segredo, não fez restrições caso quisesse passá-las à frente. O assunto de ambas é a pontualidade, ou a sua falta. Conto-as com as minhas próprias palavras.
D. Severino Vieira de Melo, bispo de Teresina é convidado para uma solenidade no Teatro «4 de Setembro», à qual compareceria o Governador Pedro Freitas e, natural;mente, outras autoridades do Governo. Começaria às 20 horas. O bispo, preocupado com o horário, não possuia carro, tomou um de aluguel, antes perguntando ao motorista se daria para chegar ao Teatro às 2O horas.
- Fique sem susto Reverendíssimo, é pertinha. Dá pra chegar, responderia o chofer.
Chegando ao «4 de Setembro», exatamente às 20 ho;ras, senta-se e espera 15 minutos. Depois, sai. Encontra-se com José Lopes dos Santos, por isto lhe pergunta se vai permanecer. Como a resposta foi positiva, pede-lhe um favor:
- Diga ao Governador, se ele ainda vier, que o Bispo esteve aqui e esperou 15 minutos. Como ele não veio nem a solenidade começou...
Desta ele, José Lopes dos Santos, foi testemunha.
Já na segunda historinha, Dr. José Lopes é prota;gonista. Era presidente do Rotary Club, em Teresina. Nas reuniões ordinárias ou extraordinárias, como é comum no Piauí, no Nordeste e no Brasil, os participantes chegavam com muito atraso. Dr. José Lopes dos Santos é uma das pes;soas que procuram fazer as coisas corretas, agindo assim também com relação à pontualidade. Então, resolve que as reuniões ordinárias tenham início na hora certa, marcada.
Um companheiro rotariano, chegando no momento em que ele se determinava cumprir o estatuto, argumentou:
- Vai acontecer que não terá nenhuma reunião, pois todos atrasam.
O presidente esperou para ver.
Chegaram mais três sócios. Dá inicio à reunião na hora exata, não sem observações dos quatro presentes.
Outros rotarianos foram chegando com bastante atraso e acomodando-se em seus lugares. Finalmente chega o Dr. Gerson Mourão, que se apressa em dizer:
- Ainda bem que cheguei na hora.
Dr. José Lopes dos Santos emenda:
- Na hora de sair, companheiro.
Daí por diante, em toda a sua gestão, disse-me José Lopes dos Santos, as reuniões ordinárias começavam sempre na hora, com bom número de presentes, e ninguém mais reclamava por isto.
Então, todo já sabem, Dr. José Lopes dos Santos, como Prof. Paulo Nunes, como o Prefeito Wall Feraz - são os que conheço - gostam de cumprir horário, no mesmo estilo de D. Severino.
Embora pareça de somenos importância, horário é coisa séria, é para ser cumprido. Ninguém não obrigou às entidade públicas ou privadas, às pessoas de modo geral a marcarem reuniões com horários, fazerem convites e convidarem as pessoas. Mas, uma vez que fizeram, é um contrato, têm obrigação de cumpri-lo. É uma falta de educação, em primeiro lugar, depois é um desrespeito à paciência e boa vontade das pessoas o que fazem principalmente as autoridades com relação a horários. Se não é para cumpri-los, que não sejam marcados, ora. Marcar horário e não cumprir também é desonestidade, como roubar e mentir.