Oh... Senhor Mário Cardoso... Sem cura!...
... É soer dizer-se que os homens passam e as instituições ficam. Diz-se uma montanha de coisas para justificar todo o género de conveniências. No caso, poderá dizer-se até que os portugueses têm agora o que merecem. Todavia, meu caro, de ditado em ditado, o tempo decorrente nunca está adequado. A maioria dos portugueses, deveras, sobrevive como pode e não pode, em nada sendo responsável pelo lastimoso descalabro que se agiganta.
Repare no constatado: após uma inequívoca burla eleiçoeira e a respectiva punição autárquica, a maioria socialista (25%) procurou uma nesga de aragem sob o "golpe de asa" de Manuel Alegre, mesmo que antecedentemente desapoiado pelo reumatizado aparelho. O poeta do vento que passa, de repente, concluiu que o vento estava parado e nada havia para perguntar-lhe... A Manuel Alegre e aos seus não faltam privilegiadas fruíções.
Estamos chegando à parte esconsa do túnel onde a sensatez silenciosa poderá ser intensamente luminosa. De resto também nada adianta gritar e denunciar em face de tantas e elevadas paredes para arranhar. O presente lusófono, de lés a lés, passa por um momento assaz lodoso. Já sequer se distingue o dorso aos escombros no poluído charco.
Só que, meu caro, ai daqueles que persistam escrever para além do anódino que trata e versa sobre coisa nenhuma. Como sempre, vivos, resta-lhes a clássica enxerga rota e suja sob o supliciante garrote da solidão.
A "mesma coisa", ortográfica e fisicamente vai evoluindo. Como é que se chama ou há-de chamar-se agora?... Sem cura?!... |