Usina de Letras
Usina de Letras
14 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63294 )
Cartas ( 21350)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3249)
Ensaios - (10703)
Erótico (13595)
Frases (51823)
Humor (20189)
Infantil (5621)
Infanto Juvenil (4961)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141333)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1967)
Textos Religiosos/Sermões (6365)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->À beira do abismo ou é só impressão minha ?... -- 22/07/2006 - 00:08 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Com notícia à tecla de Clara Vasconcelos com foto de João Girão, deparou-se-me no JN internético o chamativo título:

000099>" - Só saio daqui sob prisão"




Reconheci de imediato na imagem José Miguel Júdice e logo por baixo a gritante legenda:







000099>Ex-bastonário da Ordem dos Advogados garante que ninguém o calará

Ena, caramba - cogitei - o que é que se passa? Então, li absorvidamente o texto que se seguia:



000099>"Vossa excelência pode mandar-me calar, mas eu não me calarei. Só sairei daqui quando terminar o que tenho para dizer. Só sairei daqui sob prisão ou à força". José Miguel Júdice respondeu, assim, ao presidente do Conselho Superior (CS) da Ordem dos Advogados (OA) quando este o avisou de que apenas disporia de 30 minutos para alegar em sua defesa, no âmbito dos dois processos que lhe foram instaurados . Trinta minutos depois de ter iniciado as suas alegações, o presidente do CS, Laureano Santos, perguntou-lhe se concluiria nos próximos dez minutos. Júdice respondeu que não e os 16 conselheiros ausentaram-se do salão nobre, onde decorreu o julgamento.



O ex-bastonário não se desconcentrou e continuou a sua defesa, falando para cadeiras vazias, por mais duas horas.



Antes, o relator dos processos, Alberto Jorge Silva, apresentou a acusação durante três horas. Muitos dos advogados presentes, a esmagadora maioria apoiantes do ex-bastonário, consideraram de imediato que qualquer decisão que o Conselho venha a tomar será ilegítima. Porque não foi respeitada a igualdade de armas e os direitos da defesa.



Júdice é acusado, no âmbito do primeiro processo, de ter solicitado clientes, a partir de uma entrevista, que em Abril de 2005 deu a um jornal e na qual defende que o Estado, sempre que necessita de advogado, deve contactar as três maiores sociedades de advogados do país e, nomeadamente a sua, por ser a melhor. O relator da segunda secção, que apreciou o processo, pediu o arquivamento, considerando que o ex-bastonário "não tinha consciência da ilicitude". O segundo processo surge na sequência do primeiro e diz respeito ao facto de José Miguel Júdice ter afirmado que pensar-se que estava a solicitar clientes era completamente "absurdo" e "idiota". Por causa destas declarações e de outras que os conselheiros consideraram prejudiciais para o prestígio do CS, o relator pede quatro meses e 15 dias de suspensão da actividade.



Nas suas alegações, Júdice foi irónico q.b. e desafiou os conselheiros a expulsarem-no da ordem, já que o consideram "inimputável". "Peço encarecidamente que me condenem!", desafiou, referindo-se ao arquivamento do primeiro processo, mas sem deixar de se virar para o relator, Alberto Jorge Silva, acusando-o de "não ter condições éticas, psicológicas ou jurídicas para julgar uma manada, quanto mais um advogado". Júdice diz-se alvo de um processo por "delito de opinião" e de "perseguição política", por parte do CE.



"Acuso-vos", disse Júdice, por diversas vezes, afirmando que a atitude do CS desprestigia, ela sim, a OA. "Amo a minha profissão e a minha Ordem, não vos admito que me digam que a ofendi", gritou, já no final, comovido, e a declamar Manuel Alegre "Não há machado que corte, a raiz ao pensamento, porque é livre como o vento, porque é livre."




Bem, tão-só me ocorreu colocar aqui na Usina este caricato episódio porque, além do descrito, da ocorrência emana algo que muito em breve despoletará em muito mais âmpla dimensão. Sinto que o meu país está a aproximar-se velozmente de um momento extremamente difícil. O doutor José Miguel Júdice, para chegar a tão clamante extremo, se não endoideceu de indignação, foi empolgado de encontro ao augustiante imbróglio em que soçobra a nossa actual justiça e as demais instituições que governam os portugueses.



O rastilho está deveras aceso. Que comprimento terá?!...



António Torre da Guia

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui