Várias vezes nos sentimos um tanto quanto impotentes diante de nossas vidas e da maneira como tudo transcorre, vem aquela famosa pergunta: - Será que já conquistei minha realização pessoal? E a resposta é uma negativa nada agradável.
Às vezes não identificamos o que estamos fazendo de errado, mas quando se sabe onde o erro está, fica mais fácil concertar o que quer que seja. A dificuldade maior está na falta de determinação e de dedicação no desejo de mudar, de concertar, de progredir. Posso dizer que quando reconhecemos fatores que estão nos limitando e que atrapalham nosso próprio progresso é mais fácil redirecionar nossos esforços no sentido e na direção pelos quais almejamos.
O mais difícil está em quando não sabemos o que mudar pela falsa impressão que se tem de que não existe nada de “errado”, está tudo normal, dentro dos padrões. De repente, você percebe que é possuidor de uma vida pela qual não poderia “reclamar”, pois goza de boa saúde, tem uma atividade profissional direcionada, tem objetivos de vida relativamente bem definidos, mantém relacionamentos saudáveis com família, amigos e no convívio social. Você pode até ter uma qualidade de vida superior à imensa maioria dos brasileiros e mesmo assim se sentir frustrado e com uma sensação de que algo está lhe faltando.
Já se pegou sentindo saudades de coisas que ainda não viveu? Isso não é algo incomum... Todos podemos ter em algum momento da vida este sentimento um tanto nostálgico. Nos sentimos um tanto quanto perdidos, deslocados e desejosos de algo que não sabemos exatamente o que é, mas que nos falta, pois se tivéssemos essa “tal coisa” nos sentiríamos muito melhor. Essa “tal coisa”, de maneira geral, esta mais relacionado a um estado de espírito do que a qualquer coisa específica, não é o TER e sim o ESTAR.
É certo que tudo o que fazemos influencia de maneira direta nossas vidas e de diversas formas, mesmo que não seja imediatamente. Contudo, devemos lembrar que o que nós DEIXAMOS DE REALIZAR também exerce a mesma influência. No decorrer de nossa vivência, guardamos uma série de pequenas coisas que gostaríamos muito de fazer e sabe-se lá porque, não o fazemos. Falta de tempo, de disposição, de disciplina, de objetivos e até alguns pudores, podem ser alguns dos fatores que nos impedem mais a deixar de fazer do que a fazer o que quer que seja. Embora eu acredite que a raiz do problema seja a falta de envolvermos e de nos responsabilizar com nós mesmos, com nossos próprios desejos. Precisamos ouvir aquele chamado interior. O tamanho da vontade não é o que interessa e sim o jeito com que você realizará esse desejo. Esforce-se por realizá-lo!
Certa vez, eu estava com uma vontade de enorme de andar de bicicleta, por aí sozinha e sem rumo... Qual é o problema? – pensei. Esperei o final de semana e me programei, realizei o meu sonho, não dei aulas particulares, não corrigi trabalhos e nem montei provas, não arrumei diários, não li e nem estudei nada... Apenas andei muito de bicicleta, fiquei suada, senti o sol, observei a natureza e as pessoas... Fiquei na expectativa se conseguiria chegar ao centro ou não e voltar, levando só uma garrafinha de água. Mas eu precisava tentar. Não deu outra, eu consegui! Gastei quase sete horas. Cheguei em casa tarde e com fome, mas eu estava muito feliz, afinal aquele dia pra mim foi um dia de vitória, de conquista. E por quê? Simplesmente porque pedalei por aí - claro que não - mas porque não me preocupei com a palavra “limite” que poderia ser a minha idade, o que as pessoas iriam pensar, meu comodismo, meu sedentarismo, meus afaz! eres ou a eterna justificativa de falta de tempo. E o problema é esse: para certas coisas em nossas vidas procuramos muito mais motivos para não realizar do que para realizar. E isso é frustrante para qualquer ser humano. Fale, pense, discuta, seja sincero, ouça, chore, perca o controle, participe, realize e viva... Lembre-se de que você não é uma máquina programada e cheia de limites, você tem desejos e sentimentos, todo humano tem suas vontades – isso não é pecado! Não deixe para depois, se não aquela sensação de nostalgia, que está faltando algo, é só o que fica. Programe-se, mesmo que seu desejo não seja tão simples, viver não é simples, programe-se e o realize. pare de sentir uma mistura de saudade com vontade isso não é nem um pouco saudável.
Pare de se omitir, mesmo que sejam pequenas vontades como: comer chocolate, escrever um poema, faltar à aula, dormir até mais tarde, fazer um bolo, visitar alguém... Mas acredite: - Realizar essas vontades nos fazem tão felizes e tão bem. Viva mais e curta mais sua vida enquanto pode, enquanto tem saúde, lucidez e a própria manifestação e expressão da vontade, do desejo. A isso sim podemos definir como vida. Crie coragem e coloque mais “tempero” e paixão em sua vida. Depois me escreva contando os resultados!
