Após ter compulsionado com rigor legal algumas dezenas de funcionários da Câmara de Setúbal a reformarem-se, Carlos Sousa, por deliberação do Comité Central do PCP, demitiu-se e compulsionou-se a uma pensão mensal de 2.563 euros.
Da esquerda à direita, o País está cheio de estranhos reformados compulsivos, socialistas e capitalistas, indivíduos de excepcional envergadura cívica que se proclamam cidadãos de direito comum entre uma confrangedora pantalha de vidas que estrebucha no ínfimo degrau da sumptuosa escadaria europeia.
Vi-os de braço no ar verborreando de criminosamente tachista a ditadura de Salazar e Caetano, homens que, feitas as contas, foram impecavelmente íntegros e sóbrios no estilo de vida que sem equívoco levaram, independentemente da política de que foram protagonistas.
Hoje vejo-os, com encarado descaro e ciosos das capitosas panelas que legalmente usufruem, a ditar uma sofismárica democracia sobre a amargura de milhões de portugueses, libertos de um regime tachista para sobreviverem penosamente sob um regime de paneleiros.