É simples de mais: o Gil Vicente, sob as leis desportivas a que está voluntariamente submetido e entre as eminentes congeminações que proliferam, perdeu e do efeito não há recurso possível, tal como o eventual golo que dita o desfecho injusto de um jogo de futebol. Em consequência, se não satisfizer o calendário da II Liga, onde foi inserido, sujeita-se às sanções que daí decorram. Pode todavia, ao mesmo tempo, recorrer para todos os tribunais do mundo, tentando ressarcir-se dos prejuízos que a presumida má gerência de outrem lhe acarretou.
Por óbvia relação, pergunto: a que organismo oficial pertencem os membros do júri que velam pelo exercício isento dos jogos da Santa Casa? Como é possível que um qualquer funcionário da televisão mexa e remexa nas bolinhas da sorte do povo? Como é possível que o meu querido país persistentemente se mantenha sob a esconsa obscuridade da suspeição? Ora então não se constata que o escandaloso entrelace das situações está a colocar de rastos as mais lídimas instituições do país?
Viu-se além de todas as dúvidas, na reentrada do "Prós e Contras", que o major Valentim Loureiro ("não sou um homem perfeito") é deveras um indomável Homem do Norte que mexe nas orelhas sem medo que os ninhos lhe caiam sobre os ombros, uma personalidade portuense onde os tripeiros revêem exemplarmente suas virtudes e defeitos, enfim libertos do amargurado jejum dos sonhos grilhetados.
Eu, que tenho andado a queixar-me do exagerado calor que assola Portugal, no decurso do inconclusivo debate, apreciei sobretudo o inopinado momento em que a dona Fátima pediu: "Abram as portas do teatro". Defronte ao televisor, indignadamente sozinho, dei comigo a bater palmas e a cogitar: mais?!... |