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Artigos-->LULA E OS BANQUEIROS -- 11/09/2006 - 15:59 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LULA E OS BANQUEIROS



Délcio Vieira Salomon







À época da tentativa de implantação do nazi-fascismo no Brasil, através do integralismo de Plínio Salgado, foi publicado célebre livro do historiador anti-semita Gustavo Barroso – “Brasil: colônia de banqueiros” – em que o autor, em cima de fatos e análises, denunciava que o Brasil só seria, um dia, nação soberana e independente, se conseguisse o feito histórico de se livrar do poder dos banqueiros.



Escusado dizer que para ele banqueiros e judeus formavam uma só grei. Sabe-se que a censura do DIP de Vargas cassou todos os livros do autor, sobretudo esse, tal qual, no início do século 20, a então recente proclamada Republica empastelara todos os livros de Eduardo Prado, por atacarem os EUA e defenderem a volta da monarquia.



Apesar dos respectivos preconceitos anti-semita e anti-republicano, seus autores não deixaram de dizer certas verdades. A principal: enquanto o Brasil for vassalo do imperialismo americano e aceitar passivamente o capitalismo selvagem e monetarista, seu povo continuará cada vez mais pobre.



Ninguém há de negar que, com sagacidade, esperteza e simulação, o establishment norte-americano e a agiotagem internacional, travestida de banqueiros, apropriaram-se da frase de Cristo e a tornaram emblemática para seus objetivos: “pobres sempre os tereis entre vós”. Para eles miséria e pobreza são fatalidades que não pertecem a seu círculo. O círculo do mercado financeiro.



Em sua visita à Argentina e ao Chile, Lula foi categórico: - há necessidade urgente de mudarmos o modelo econômico que está imperando na América Latina nos últimos dez anos, baseado na especulação e não na produtividade. Óbvio: tinha como alvo os banqueiros, notadamente estrangeiros, que nos últimos anos compraram os bancos brasileiros e implantaram no Brasil a maior rede de especulação de que se tem notícia na história da América Latina.



Noticiam os jornais, nesses dias, dois fatos contrastantes. De um lado, a pesquisa do IBGE que desagradou profundamente FHC: os que vivem com menos de R$100 por mês são 54 milhões, ou seja, um terço da população brasileira e juntamente com esse dado outro: as mortes violentas no país pioraram assustadoramente de 1995 para cá, pois atingiram o índice de uma a cada cinco minutos. A quase totalidade dessa mortandade alarmante é fruto da pobreza e da miséria. De outro lado, o relatório do BC mostra que os bancos estrangeiros que operam no Brasil em 2002 dobraram seus lucros (não apenas o faturamento!): de R$3.884 pularam para R$7.643 bilhões. Mais: os 50 maiores bancos no Brasil, inclusive os estatais, lucraram R$15.857 bilhões nos primeiros nove meses do ano.



Alguém já fez o cálculo: os 54 milhões de miseráveis, com seus R$100 por mês, para atingir esse astronômico lucro, precisariam trabalhar cerca de 1.500 anos. Diante dessa realidade cruel, Lula terá de agir com a mesma volúpia de emergência do projeto Fome Zero: além de ressuscitar velho projeto de controle da remessa de lucros para o exterior, que está engavetado desde a “gloriosa” de 64, terá de tomar medidas drásticas para obrigar os bancos a aplicar percentual significativo de seus lucros no Brasil. Em desenvolvimento econômico-social, ou seja, em empreendimentos produtivos e em projetos voltados, sobretudo, para saúde, educação e emprego.



Só assim poderá combater o grande mal que nos atormenta a todos nós - a especulação. Será a grande revolução que comandará: substituir o modelo econômico monetarista e especulativo por outro modelo de fato substantivo, fincado na realidade e tendo em vista o social em toda sua plenitude.



PS O Lula enfocado neste artigo não mais existe. Realmente, para ganhar as eleições Lula vestiu a pele de cordeiro. Enganou a todos nós que nele votamos. Sua máscara caiu desde o dia em que estourou a denúncia de Roberto Jefferson: o mensalão. E seu cinismo eclodiu com a célebre entrevista em Paris, quando justificou o Caixa 2 do PT e com ele o próprio mensalão.
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