Inseri a palavrinha "Sol" no buscador da Google e, sob a rotinada dúvida que há uns dias me toma o cérebro, assim que surgiram os primeiros resultados, de imediato fiquei tranquílo: "Sol - Wikipédia: o Sol é uma estrela de grandeza média...".
Ao lê-lo, pela primeira vez, espontaneamente se me aflorou à ideia de que o "Sol" já existe há 32 anos, imediatamente a seguir ao dia em que o meu país começou a anoitecer. Segundo seu mentor e acólitos, trata-se de "um jornal que vale por si" e proclama: "Este semanário não oferece brindes nem faz promoções", espécie do consabido deus sucessivamente falhado que, sempre que reaparece, afirma que não é o que se pensa.
Quedei-me, pois, desde logo ensombrado pela primeira-página, ensolarado pelos raios do paradoxo, boquiaberto face ao brinde do "pior" e à promoção do "melhor": em cima, "Isaltino tem casa apreendida", e em baixo, "A tua casa é a tua vida".
Na segunda-página, a socióloga Maria Filomena Mónica, revela que "o corpo de José Sócrates deve ser bem feitinho, que a vida privada de Mário Soares é um livro aberto, que Cavaco Silva é infelizmente aquilo que ali está e que Santana Lopes, tanto como os palhaços, a diverte".
Em suma, sol por sol, prefiro, sob todas as suspeições, o tempo de dia-e-noite que o "24 horas" me proporciona, nesga actualizada e deveras solarenga para quem está fartíssimo de sobreviver às escuras. |