Leio algures, quando o ano 2006 se aproxima aflito da natalícia euforia, que 30% dos portugueses pretendem que Portugal e Espanha se unam sob a chefia de Juan Carlos, simpático rei-hermano que viveu seus deliciosos dias juvenis sob a mão protectora de Salazar, o tal que, afinal, travou o homicídio de Delgado em 1958, adiando a assassina trama pidesca durante 7 anos. Até ao momento ninguém ainda revelou algo sobre o obstáculo que terá impedido a eliminação de Cunhal e Soares.
Outrossim, na mesma curiosíssima sondagem, os portugueses creditam positivamente Durão Barroso, embora considerem que o país perdeu muito mais - agora - do que ganhou com a entrada na Europa, sítio, aliás, onde sempre esteve, mesmo antes de nascer.
No Brasil, as sondagens atribuem a Lula, apesar da escandalosa e epidémica "mensalite", imediata reeleição, enquanto em Angola, ao longo de 27 anos, um presidente nunca deveras eleito escraviza e mortifica, além dos que em miséria penam em terreno inóspito, calcinado por patriótica metralha, os que tiveram a má sorte de nascer sobre as sondagens de Cabinda.
Enfim, entre os lusofalantes deste mundo, restarão 7 milhões de originais de Portuscalle que por enquanto não abdicam do seu "bem-e-mal" e "seja o que Deus quiser", até que a sondagem digital se exprima definitivamente profunda. |