Através da habitual crónica de António Manuel Pina, na última página do JN de hoje, tomei conhecimento que os mais diversos artistas da cidade de São Paulo estão empenhados na distribuíção pública de 50.000 narizes de palhaço que deverão ser usados no próximo domingo eleitoral sob o slogan de "rir para não chorar", algo que o Povão, capaz de aguentar a lágrima até à evaporação, desde sempre tem feito muitíssimo bem.
Trata-se de uma bem humorada ironia ao petismo fraudulento que, com outros "ismos" de idêntico quilate, se instalou na governação do Brasil e persiste cancerizar de corrupção assaz corrosiva as mais lídimas instituíções do país. Há já quem considere que o gigante lusófono foi tomado por um corpolento polvo mafioso.
A Lula, pela instituíção judicial competente de apreciar o caso, foram dados dez dias para defender-se e justificar-se das suspeições que lhe são atribuídas. Dez dias?... Porquê dez dias?... Quiçá esteja na Lei que um tal prazo está estipulado. Todavia, ao cabo de dez dias, com Lula eventualmente reeleito, quem se atreverá a decidir-se pela culpa do presidente do Brasil?... O "caso Nixon" começa exemplarmente a pairar paradigmático sobre Lula.
Se porventura houver 2º. turno entre Lula e Alckmin, politicamente, o povo brasileiro estará defronte a um grandessíssimo e muito estranho imbróglio opcional. Se assim for, eu, se fosse brasileiro, adaptaria ao meu narigão o irónico narizinho de palhaço e votaria sem hesitar em Lula. Porquê? Porque, com todos os inconvenientes possíveis e imaginários, na circunstância decorrente, presumo que Lula é sem dúvida alguma o menor dos males, já que Heloísa Helena não tem hipótese, nesta eleição, de lograr o êxito supremo, embora constitua uma excelente reserva política para o futuro. |