Estamos entrando na estação mais linda do nosso planeta, a mais alegre, a mais generosa em inspiração, a mais pródiga em beleza: a Primavera!
O Universo inteiro murmura, respira, vibra...Vive!
Nem sempre prestamos atenção à pujança das árvores que estão espalhadas pela cidade, dando-nos sombras nos dias de calor, protegendo-nos do sol intenso, e vestindo-se maravilhosamente, deslumbrantes quando mostram sua floração.
A florada que representa a Primavera é o sinal mais evidente de que sempre há um renascimento. A natureza mostra toda a beleza na vegetação, e este é o símbolo de que haverá, mais adiante, o tempo da frutificação, quando as flores com seus perfumes variados, serão transformadas em frutos, coloridos, igualmente perfumados.
Nessa passagem das estações, as abelhas vão colhendo o néctar tão precioso para sua colméia, e levam também o pólen, fertilizando assim outros jardins, outros pomares, trabalho este em que são ajudadas pelo vento que sopra balançando os galhos floridos, farfalhando os ramos enfeitados pela primavera, distribuindo as sementes, semeando mais árvores.
Independente da vontade do homem a natureza trabalha multiplicando toda a flora através da lei universal, da ordem preestabelecida pelo Criador.
O Sopro Divino que se espalha pelo éter sem fim, leva, ritmicamente, à presença de Deus! Da mesma forma podemos apreciar os tapetes coloridos que se estendem aos nossos pés, com a derrubada das flores já envelhecidas!
Esse acontecimento é uma festa cuja intensidade não temos a capacidade de avaliar. A natureza inteira se renovando, renascendo em todo seu esplendor. Pudéssemos nós acompanhar na íntegra, com toda intensidade a maravilha que se opera bem junto a nós... Pudéssemos nós ouvir os sons dessa maravilhosa transformação que anualmente mal vemos ocorrer. Nossos olhos, ouvidos, toda a nossa sensibilidade não está treinada para acompanhar a vida, o ritual da natureza em que vivemos!... Sons...Violinos... Harpas celestiais, cujas cordas vibram suavemente, sintonizadas com a Primavera, prenunciando o desabrochar, fazendo levantar do chão as folhas, reavaliando suas condições de húmus, produzindo energia, rica seiva que fertiliza o solo, que enriquece o mundo, que alimenta a vegetação no campo, nas montanhas, no mais alto ponto das serras!
E o vento passa, correndo, anunciando o renascer, sacudindo a languidez, a preguiça dos pequenos animais, como uma voz a clamar, mesmo em sussurro, que é chegada a hora, é chegada a vida!...
O mundo gira, o sol volta a brilhar, os olhos se abrem e os corações voltam a palpitar... Tudo pulsa num impulso maior... É a revoada dos pássaros... O desabrochar das flores, o vôo das borboletas cujas asas se abrem coloridas, festivas...
O marulhar das cascatas, os rios correndo ligeiros por entre as pedras, acariciando-as... Suas margens firmes, seguras, a indicar-lhes a direção...
Sinos que tocam ao longe, festivos... Coros de vozes... Mugidos... Sussurros... Risos de crianças!...
