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Artigos-->A luz da excelência -- 11/10/2006 - 11:22 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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ffffff>Professor-doutor António de Oliveira Salazar





A LUZ DA EXCELÊNCIA



Salazar, homem sem par,

estóico face aos reveses,

foi sem favor ao lugar

um dos grandes portugueses...



Entre os ventos mais soezes,

timoneiro assaz seguro,

só Deus sabe quantas vezes

amoleceu pra ser duro...



Sustentou rumo ao futuro

a nau que então herdou;

deu-lhe monção e apuro

nos Bojadores que passou...



Envelheceu, sossegou

e hoje em presente ausência

sua áurea perdurou

entre a luz da excelência.



António Torre da Guia








Entre o bem e o mal, quem optar por uma ou outra situação, colocando-se em permanente curto-circuito, o que é que obtém? Logrará tão-só brevíssimos fogachos de ordem física ou espiritual em relação aos seus semelhantes e não alcancará nunca a almejada luz para todos. Óbvio é que cada indivíduo faça quanto possível para se tornar em filamento harmonizante, seja qual for o grau de luminosidade que produza, desiderato que terá de bem acautelar para não desintegrar-se. Daí, à Vossa consideração equaciono dois singelos polos: polícia e ladrão !...



BREVE BIOGRAFIA DE SALAZAR



António de Oliveira Salazar nasceu em Vimieiro, Santa Comba Dão, a 28 de Abril de 1889 e faleceu em Lisboa a 27 de Julho de 1970. Foi excepcional professor universitário e exímio estadista, considerado à época um moderado ditador político por haver conglomerado o povo português sob a égide de um único partido



Nomeado Ministro das Finanças entre 1928 e 1932, o seu exemplar rigor fê-lo ascender a Primeiro-Ministro, tendo dirigido o destino de Portugal, ao longo de 36 sucessivos anos, até 1968. Em substituíção da ditadura militar, fundou e liderou a União Nacional, organização na base do qual estabeleceu o regime do Estado Novo.



Iniciou-se como estudante seminarista em Viseu e, depois de ter sido excelente na actividade em que se envolvia, em 1910 mudou-se para Coimbra para estudar Direito. Em 1914 tornou-se bacharel e, dois anos adiante, assistente de Ciências Económicas. A convite do professor José Alberto dos Reis, em 1917, um pouco antes de se doutorar, assumiu a regência da cadeira de Economia Política e Finanças, exercício onde revelou uma qualidade nunca antes vista.



Durante o período que permaneceu em Coimbra, materializou o seu pendor para a política no Centro Académico da Democracia Cristã, onde cultivou sólida amizade com Mário de Figueiredo Barbosa, José Nosolini Barbosa, os irmãos Dinis da Fonseca Barbosa, Manuel Gonçalves Cerejeira e o seu irmão Júlio Barbosa, filho de Bissaia Barreto Barbosa, alguns dos quais haveriam de colaborar nos seus governos. Combateu o anticlericalismo da 1ª República através de artigos de opinião em jornais católicos. Acompanhou o futuro cardeal Cerejeira em palestras e debates, enquanto estudava Maurras, Le Play e as encíclicas do Papa Leão XIII, consolidando assim seu pensamento, que foi explicitando nos artigos que frequentemente escrevia.



Suas opiniões e ligações ao Centro Académico da Democracia Cristã levaram-no, em 1921, a concorrer por Guimarães a deputado ao Parlamento, para onde foi eleito, mas, não encontrando aí motivação, regressou à Universidade passado três dias, aí permanecendo até 1926.



Com a crise económica, a desorientação e a agitação política da 1ª República, ocorrências que se prolongaram inclusive após o 28 de Maio, a Ditadura Militar chamou Salazar, em Junho de 1926, para assumir a delicada pasta das Finanças. Passados treze dias renunciou ao cargo e regressou a Coimbra por não lhe terem sido satisfeitas as condições que achava indispensáveis ao seu exercício.



Em 1928, após a eleição do general Carmona e na sequência do fracasso do seu antecessor em conseguir um avultado empréstimo externo com vista ao equilíbrio das contas públicas, reassumiu a respectiva pasta. Desta feita, exigindo controlo absoluto sobre as despesas e receitas de todos ministérios. Satisfeita a exigência, impôs forte austeridade e rigoroso domínio sobre as operações, conseguindo um superavit logo no seu primeiro exercício.



" - Sei muito bem o que quero e para onde vou", afirmaria então, denunciando o seu propósito na tomada de posse.



Na imprensa, especialmente naquela que lhe era favorável, Salazar seria muitas vezes exibido como salvador da pátria. O prestígio ganho, a propaganda, a habilidade política na manipulação das correntes da direita republicana, dos monárquicos e dos católicos, consolidaram pouco a pouco o seu poder. A ditadura dificilmente o podia dispensar e o Presidente da República passou a consultá-lo em cada remodelação ministerial. Enquanto a oposição democrática se desvanecia em sucessivas revoltas sem êxito, procurou dar rumo à Revolução Nacional que se seguiu. Salazar, recusando o regresso ao parlamentarismo da 1ª República, dá e impõe a solução: cria a União Nacional em 1931, movimento nacional, na prática partido único, aglutinador de todos quantos quisessem servir com devoção a pátria.



Em 1932 era publicado o projecto de uma nova Constituição, que foi aprovada em 1933. Sob esta, Salazar cria, desenvolve e estabelece o Estado Novo, uma espécie de moderada ditadura civil, impondo-se autoritário, corporativista, colonialista, anti-liberal, anti-parlamentar, anti-democrático, anti-comunista e repressivo sobre os que lhe ambicionavam a queda, atribuindo aos Presidentes da República meras funções cerimoniais. O detentor real do poder era o plenipotenciário Presidente do Conselho de Ministros.



A questão da indemnização da Igreja Católica pela nacionalização dos seus bens durante a 1ª República é desconsiderada por Salazar. Apesar da sua acção no Centro Católico e de ser ele mesmo profundamente católico, a separação de poderes entre o Estado e a Igreja é uma afirmação clara da sua personalidade política, embora Salazar procurasse dar privilegiada garantia à Igreja, buscando-lhe o apoio. A definição das relações entre o Estado português e a Igreja Católica viria a oficializar-se em 1940 através da Concordata.



Entretanto, Salazar que acumulara a pasta dos Negócios Estrangeiros desde a guerra civil espanhola, com o eclodir da Segunda-Guerra Mundial, tomou imperativamente uma posição de neutralidade. Próximo ideologicamente dos países que constituíam o Eixo, o regime português escuda-se nessa condição e também na antiga aliança com a Inglaterra para manter uma política de não intervenção no conflito, a qual assentava num esforço de não afrontamento a qualquer dos lados beligerantes.



Primeiramente, em intensa actividade diplomática junto do caudilho Franco, tenta evitar que a Espanha se alie à Alemanha e à Itália, evitando assim que os países do Eixo, com a Espanha, considerassem a eventual ocupação de Portugal como meio de controlar o Atlântico e fechar o Mediterrâneo, o que desviaria o teatro da guerra para a Península Ibérica.



Uma vez a Espanha fora da guerra, a estratégia de neutralidade torna-se em formalismo diplomático com vista a não provocar a hostilidade nos beligerantes, não tolerando Salazar desvios aos diplomatas que colocassem em risco a sua política externa. Quando o cônsul português em Bordéus, Aristides Sousa Mendes, concedeu vistos em grande quantidade a judeus em fuga aos nazis, ignorando instruções do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Salazar foi implacável e demitiu-o.



Em 1943 os Aliados procuram utilizar os Açores como base estratégica de apoio. O governo de Portugal, não conseguindo contornar a pressão, vê-se obrigado a ceder, mas contudo Salazar negoceia como contrapartida o fornecimento de armamento e a garantia da restituição da soberania portuguesa a Timor no fim da Guerra.



Com os canais diplomáticos e comerciais abertos com as partes beligerantes, a balança comercial portuguesa manteve saldo positivo durante boa parte do conflito devido às medidas preventivas que Salazar sabiamente implantou.



A posição de neutralidade permitiu a Portugal, nos anos de 1941, 1942 e 1943, que as exportações ultrapassassem as importações, facto que não se verificava há dezenas anos e até à actualidade ainda não se verificou. Esta hábil gestão proporcionou-lhe, no final da guerra, os benefícios da paz sem ter de pagar qualquer preço advindo do conflito. Portugal foi uma das poucas zonas de paz num mundo, então a "ferro e fogo", servindo de refúgio a pessoas de várias proveniências. Um desses refugiados foi o ilustre arménio Calouste Gulbenkian, que adoptou e permaneceu no país, legando-lhe uma das mais importantes instituições ao serviço da cultura em Portugal.



Então, embora se reconhecesse o mérito da obra de Salazar no que respeita à reorganização financeira, à restauração económica e à defesa da paz, muitos entenderam que tinha chegado a oportunidade de forçar uma mudança politica.



Profundamente irritado com a invasão e perda de Goa, Damão e Diu, defensor de uma política colonialista, Salazar não hesita em alimentar as fileiras da guerra colonial que eclodiu a partir de 1961, com o exclusivo propósito da manutenção da unidade territorial nos territórios ultramarinos sob bandeira portuguesa, praticando e impondo sistematicamente uma política de isolacionismo internacional sob o lema "orgulhosamente sós", enquanto a comunidade internacional promovia a agenda da descolonização em África, levando Portugal a um menor avanço cultural e económico.



Aos 79 anos, vitimado por inopinado acidente doméstico que o incapacitou em definitivo - Salazar tombou acidentalmente de uma cadeira - Marcello Caetano substituiu-o na governação em 1968. Salazar morre em 1970, convencido, pelos que o rodearam nos derradeiros dias, que continuava a governar o país. Os seus poucos familiares, além do honrado prestígio, herdaram apenas o que também Salazar recebera e zelara de seus pais. No que a plena hombridade concerne, Salazar constituiu-se numa personalidade rigorosamente sóbria e sobretudo impoluta, algo que causava intenso medo aos que militavam na esconsidade e se conjuraram em vão para o derrubar.

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