Gostaria de aprender com os estatísticos dos institutos de pesquisas de opinião. As últimas estatísticas, como de costume, dão vitória folgada de Lula no próximo domingos. Segundo todas as sondagens, o Lula sobe, à cada novo escândalo, e o Alckmin desce. Não há explicação lógica para tamanha mudança. Ademais, tenho algumas dúvidas que gostaria dirimi-las. O Ibope, segundo a mídia, ouviu 3010 eleitores, em 202 municípios, nos dias 24 e 25 de outubro. No dia 25, à noite, já divulgava o resultado: 62% para Lula e 38% para Alckmin. O Ibope teria estrutura em todos esses municípios, e gente, em quantidade e preparada para realizar as sondagens? Os municípios pertencem ao mesmo Estado, ou são de diferentes unidades da Federação? Quais os critérios de seleção dos entrevistados e qual a mágica para tanta rapidez na apuração e divulgação dos resultados? Como se dá todo esse processo operacional?
Mesmas indagações em relação aos demais institutos. CNT/ Sensus, 2000 eleitores, 195 municípios, dias 23 a 25 de outubro, Lula, 63,2% e Alckmin 36,8%. Vox Populi, revista Carta Capital, 2000 eleitores, 121 municípios, 23 e 24 de outubro. Os entrevistados são os mesmos? Os municípios também? Grau de escolaridade?
Finalmente, para que tanta pesquisa, se há, por parte dos institutos, e alguns órgãos e colunistas da mídia impressa e eletrônica, a certeza da vitória do candidato do PT? Vale registrar que a mídia (grande parte dela) escancaradamente, faz campanha a favor do Lula, o que se me afigura como quebra da ética jornalística, que deveria ficar isenta e ater-se ao seu papel de cobrir o processo eleitoral, sem demonstrar, de forma tão evidente, suas preferências a favor de um candidato em detrimento de outro. Isto é propaganda ilegítima. O TSE deveria agir com mais rigor.
Do contrário, o Brasil continuará dividido por duas classes de eleitores. Sendo que, as classes cm melhor formação profissional e educacional, serão, sempre, governadas ao sabor dos governantes escolhidos pelas classes menos favorecidas, em termos econômicos e educacionais, incluindo os eleitores analfabetos totais, analfabetos funcionais e os analfabetos políticos, indiferente às questões de ordem política e econômica, preocupados que estão, seus componentes, apenas com canto da sereia, em troca de migalhas travestidas de rede de proteção social, na qual são pescados e mantidos enquanto puderem emprestar legitimidade aos pleitos eleitorais.
Em todo o caso, e se as pesquisas, desta vez, acertarem, resta torcer para que o novo presidente, finalmente, possa mudar de objetivos, planos e programas em curso, ouvindo a população como um todo, e num gesto de humildade e grandeza, alterar, de fato, o rumo de nossa economias em benefício do Brasil e dos brasileiros. Sem demagogia, e com honestidade de propósitos.