Artisticamente (e não só infelizmente), importamos e utilizamos incessantemente tantas ideias sob processos que, antecipadamente testados, foram um sucesso, mas em outra circunstância e lugar. Ao cabo de tantas importações, o que é que nos fica e o que é que exportamos? Nem bolas de sabão. Sequer sabemos fazer bolas de sabão para o público estrangeiro se divertir a rebentar.
À vez e de tempos em tempos, surge um artista português, rebentando de coragem e entre o conformado silêncio de tantos e tantos, a levantar o gato fedorento que tenta incrustar-se imbecilmente nas nossas meninas dos olhos e na covinha dos tímpanos. O cérebro, paralizado pelo sub reptício unguento da publicidade à americana, sequer dá pelo amanteigamento introdutório...
Trata-se de quê? Tratar-se de um muito proveitoso negócio para a nossa Cultura? - Esta pergunta é muito inocentinha, pois então é?...
Por exemplo: "OS GRANDES PORTUGUESES" foram importados de Inglaterra. Punha-se a dificuldade de perguntar-nos qual era a mais célebre das celebridades portuguesas, nem que fosse num bem urdido concurso que congregasse ao mesmo tempo a participação do público!...
Há ou não há gato fedorento com o corpo de fora e o rabo enterrado? Assim, não há possibilidade alguma de ficarmos com o rabo na mão!