Quanto a Futebol concirna, embora seja adepto do F.C.Porto por tradicional convicção, limito-me tão-só a ver, a ouvir e a ler através da televisão, da rádio e da imprensa ou a comentar as "grandes jogadas" entre amigos no café.
Ficou-me da juventude solidamente implantado o bichindo de jogar a bola, modalidade que pratiquei uma vintena de anos, tendo mesmo chegado a participar, nos fantásticos anos 60, no extinto Campeonato Corporativo pela equipa da firma Engº. Gustavo Cudell, prova aonde intervinha a campioníssima Ambar. Uma dada vez - que bela e inesquecível sensação! - marquei quatro golos à Citroen.
Entretanto, o lado sério do Futebol, perpassando a pouco e pouco pelo saco do desgosto e da decepção, foi-se indo às malvas consoante a modalidade a meus olhos foi perdendo o pundonor, a honestidade e entrando deliberadamente no sistema corrupto que actualmente lhe mina os mais lídimos valores que dantes eram apanágio de todos quantos, por isso mesmo, a apreciavam e entusiasmavam-se em participar. O que sob a atmosfera decorrente absorvo, contitui apenas um vago passatempo para encher ôlho e ouvido quando não tenho mais que fazer.
Ora, hoje, deu-me para vir a terreiro opinar sobre a guerrinha palavreante que se estabeleceu - em princípio por causa do miúdo que ergeu o dedo médio, com o indicador e o anelar em vénia, aos adeptos benquistas em plena catedral da águia - entre Filipe Scolari e Carlos Queiroz.
Desde já esclareço que não gosto sequer um bocadinho de Scolari. Considero-o um antipático buçalão-chapadão, rude ao máximo e tremendamente estúpido logo que tenta fazer-se de meiguinho. Ao contrário, pelo aprumo demonstrado ao longo de toda a sua carreira, aprecio enlevantemente as correctas dignidade e educação de Carlos Queiroz, que é sem dúvida alguma - para não cair no inglesismo - um gentil-homem em toda a acepção do termo.
Esclareço também que não intenciono rebaixar um e elogiar outro. Aliás e muito rapidamente, apresento-me a bater nos dois com o máximo de palavrões que neste instante não me vêm à tecla.
Pela parte do Scolari, já nada me admira ou surpreende. O indivíduo é o que é e a maioria dos portugueses, que sobre a sua estafada "técnica" tenham meditado um pouquinho, sabem tão bem como eu quanto escrúpulo lhe falta, para ser uma pessoa deveras digna e socialmente saudável. Quanto ao Carlos Queiroz, quiçá no momento a considerar a hipótese de colocar um termo à lusitana saudade, admira-me imenso que se deixasse arrastar para a bandalheira do paleio que até os ratos de esgoto conhecem de sobejo.
Em resumo, meus caros, olhando eloquente a vaca em face, de repente apercebo-me que as tetas, de tanta mama e bezerrice, já batem na relva.