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Artigos-->Estranho mundo -- 02/12/2006 - 10:20 (anderson jose de aguilar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estranho mundo



No duro prêmio do dia a dia

vai o moço, suor no rosto,

num embate eterno e ingrato

contra a vida para si injusta.



No poço da tristeza mergulhado

renasce a cada decepção vivida,

para escancarar a boca no choro

e enxugar o pranto que machuca.



A fé que trouxe de nascença

e hoje esmigalhada, sobrevive

no meio de tanta desavença,

e do erro dado como semente.



Solitário no mundo insano

trabalha sem o gozo do prazer,

acometido da culpa do pecado,

fruto da incerteza do não saber.



A alma corroída pelo remorso

do pecado que não cometeu,

afoga o sonho que prometeu

ao menino falecido no tempo.



O moço que hoje vagueia

entre ruas e becos escuros,

da cidade que deslumbra,

aguarda o juízo dos mortos.



31/07/05 Anderson Aguilar

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