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Artigos-->Reflexão -- 13/12/2006 - 09:51 (anderson jose de aguilar) |
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Reflexão
Pega o cachimbo, acende e dá uma baforada,
acompanha a espiral da fumaça que se forma.
Vai até a janela e olha pensativo para o jardim,
“ penso, logo existo “. A existência é o nada.
Devagar, põe o cachimbo na boca, mexe a brasa,
e lembra da avó que nunca aprovou o tabagismo.
Decide ficar sentado diante da janela. Pensativo,
puxa a poltrona e se detém olhando as flores.
Está de novo envolto em reflexões.
“ penso, logo existo “. Quem mais pensa ?
O homem cobriu-se de jargões e conceitos,
e fez nascer a desventura e o sofrimento.
Vingança, ódio, ternura e amor,
razão, emoção, alegria, tristeza,
desejo, vaidade, orgulho... e guerras.
Complexo mundo de sentimentos.
Único animal que copula por prazer,
que se alimenta pelo sabor doce ou amargo,
que aniquila sua espécie, não pela sobrevivência,
mas pela disputa imbecil do torpe poder.
Enquanto esse raro animal pensa,
os outros vivem por instinto natural.
Esse, dizendo buscar a luz do sol,
afasta-se a cada passo da felicidade.
“ penso, logo existo.” Não e não!
“ Por pensar, nego minha existência.”
Um gato ronrona, esfrega-se na perna.
- Instinto primitivo, pensa. Sabedoria.
Mexe no cachimbo e contempla o jardim.
Um colibri paira no ar diante de uma flor,
a passarada sobrevoa no firmamento, e ele
sorri. Outra baforada, um sorriso...
02.04.04. Anderson Aguilar
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