Há sentimento humano mais abjeto, mais pervertido que a inveja? Tal estado afetivo é tremendamente sórdido, rasteiro, medíocre, reles, asqueroso. Trata-se, em síntese, de uma ânsia doentia, sôfrega, frustrada, de se querer o que outro é detentor e, seja lá porque razão, nos escapa.
A inveja, depois de alojada no espírito, engendra uma mentalidade menor tornando o sujeito um escravo e de caráter imprevisível. O invejoso, na verdade, carrega um ônus que nem ele mesmo é capaz de suportar. Daí a traição se caracterizar como uma das marcas de quem se deixa dominar por ela. O veneno do invejoso é avassalador, corrói tudo o que estiver à sua volta. Destarte, nada tão ignóbil, nada tão inaceitável, nada tão nocivo, nada tão imoral.
A inveja é a deformação radical e absoluta do sentido do AMOR, é o vôo mais curto para a nossa decadência geral.