Às sete horas da manhã do dia 15 de agosto de 1942 desatracou do porto de Salvador, BA, um navio chamado “Baependi”. Este navio estava repleto de brasileiros – umas trezentas e cinqüenta pessoas –, incluindo a tripulação e uma unidade do Exército, cujos componentes – oficiais e soldados –, iam acompanhados de suas famílias, algumas com muitas crianças. À noite o navio iluminou-se em festiva comemoração ao aniversário do comissário de bordo. Um jantar alegre e farto foi servido a todos; uma orquestra tocou animadamente até tarde da noite. A alegria foi uma nota marcante a bordo. Enquanto no salão se dançava, lá fora na popa, os soldados, quase todos cariocas ficavam em cima de canhões e grandes caixas. Reunidos em grupos, tocavam pandeiros e batiam em latas cantando seus pagodes à moda dos morros no Rio de Janeiro. Tarde da noite as luzes se apagaram e o navio singrava a umas vinte milhas da costa baiana, quando subitamente um enorme estrondo sacudiu violentamente o navio. Quebraram-se vidraças, o madeiramento estalava e rangia, e depois se arremessou para cima voando estilhaços de vidro e madeira para todos os lados. Morrem as primeiras pessoas e muitas outras estavam com o rosto sangrando em razão dos fragmentos de vidro. Algumas totalmente cegas gritavam pedindo ajuda. Ninguém entendeu naquele momento o que estava acontecendo. No segundo estrondo, que neste caso foi violenta explosão, todos compreenderam tarde demais o quê estava acontecendo:
-Fomos torpedeados – gritou alguém.
O segundo torpedo foi o tiro de misericórdia. O “Baependi” começa a afundar rapidamente. O navio aderna para o lado esquerdo e o que era parede se transforma em chão. Não houve sequer tempo de baixarem as baleeiras. Gritos pungentes eram ouvidos por toda parte do navio. As águas envolvem o velho vapor de forma violenta, posto que o mar estava agitado naquela noite. Muitas pessoas foram arrancadas por ondas enormes no convés inclinado. O navio apita tenebrosamente, um apito longo, agonizante, de estertor. Depois totalmente submerso deixa uma camada de seres humanos lutando para não afundar, tentando nadar, agarrando-se a qualquer coisa que flutuasse. Gritos terríveis de socorro de homens, mulheres e crianças, que se afogavam em massa eram ouvidos na escuridão. Em minutos tudo foi silenciando e ouve-se um grito aqui outro acolá. A maioria daqueles viajantes sucumbiu.Uma única baleeira escapou do desastre ao ser arrancada dos ferros (turcos), que a prendiam no convés pela explosão do segundo torpedo. Trinta e seis sobreviventes apareceram em estado lastimável nas praias baianas. Mas, as famílias de pescadores não quiseram ajudá-los porque a maioria estava nua, ou somente com as roupas íntimas. Só depois de compreenderem o acontecido é que passaram a ajudar os náufragos. Quase todos os militares foram tragados pelas ondas. Um jovem tenente, depois de tentar socorrer muita gente e sabendo ao final que estava tudo perdido, cedeu o seu salva-vidas para uma senhora, a qual agarrava-se ao tombadilho. Isto feito gritou por várias vezes em alto e bom tom:
-Viva o Brasil!
Alguns soldados repetiram o grito. O jovem atirou-se ao mar escuro daquela noite alegre a princípio, mas que se tornou de triste memória. O jovem tenente – Assunção era o seu nome – lançara em voz vibrante aquele grito derradeiro de patriotismo, lembrando a todos nós dos compromissos de luta contra as ditaduras fascistas, nazistas, comunistas e seja o que for a atingir nossa liberdade e nossas vidas. Naquela mesma noite outro navio brasileiro foi torpedeado pelos nazistas: o “Araraquara”. Os sobreviventes do Baependi na baleeira viram os clarões distantes e os estrondos parecidos com trovões. Mas, ainda assim, o velho ditador Getúlio Vargas teimou em esperar mais dois anos para entrar na guerra. Muitos navios ainda foram a pique nas costas brasileiras para que o Brasil realmente se sensibilizasse, ou nascesse no povo a ojeriza com os nazistas. Hoje a América Latina começa a ficar semelhante à Europa de 1933 com os tais nacionalismos e socialismos. A continuar assim é indubitável que este continente sul-americano poderá ser varrido por uma guerra sem quartel e sem ideais verdadeiros, tal e qual a Europa de Hitler, de Stalin e dos maiores assassinos que o mundo já viu. Nossos paises e nossos avós foram testemunhas daquele sentimento orgulhoso e bestial, o qual é muito parecido com os líderes atuais da America Latina. Com os mesmos chavões, com as mesmos poses. Hugo Chaves tem a pose do Mussolini. Lula tem a pose de Stalin. O presidente da Argentina, que não me lembro do nome é um pequeno Hitler. O Evo Morales parece um urso perdido em não saber o quê fazer com seu país. Enfim, todos desviam os caminhos da democracia para uma "viagem" narcótica às ditaduras. Sempre elas. Quando não é da direitona será da esquerdona. E nós, o povo, acostumado às liberdades conquistadas pelos nossos ascendentes vamos - talvez - conhecer de verdade o que seja uma ditadura com mãos de ferros. Já que até agora não vimos nada!