Os portugueses estão fartos de corruptos e locupletantes fraudulentos, estão pelas pontas dos cabelos entre as garras da insegurança e da injustiça que grassam, e sobretudo encontram-se completamente desmotivados face à crónica crise onde os privilegiados incessantemente se exibem com descarado gáudio e estúrdio gozo. Os portugueses almejam ser governados por homens dignos, honestos e impolutos, que o sejam deveras e se imponham por todos os meios que a Lei lhes confere.
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Foi esta a explicação que dei para a eventual vitória de Salazar no concurso televisivo "Os Grandes Portugueses", se bem que o propositado deslustre e abafamento da sua inquestionável memória, no decurso do programa", também para o efeito haja contribuído imenso. O Povo não aprecia que lhe metam os dedos pelos olhos dentro.
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Com muitíssimas provas escritas e públicas dadas contra o pidesco-estado-ditadura, (fui vezes sem conta censurado e riscado na RTP) que vivi entre 1939 e 1974, também, com tanto ou mais escrito contra a corrupta partidocracia que se foi implantando (não recebo da RTP um único direito autoral desde 1990 e hei-de saber porquê) sobre a qual tenho vivido entre 1974 e 2007.
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Assim, pondo ou tirando Salazar, está claro que não estou interessado em enviesamentos ou dar qualquer espécie de motivo a mais confusão ainda. Interesso-me pela evidência. E qual é a evidência afinal?
Mudamos há meses de Procurador-Geral da República na expectativa de que a escandaleira que atravessava o país de lés a lés minorasse, os gravíssimos e nefandos exemplos em decurso se diluíssem e finalmente se respirasse em Portugal algo de muito mais sádio e promissor. Eis, num ápice, a cereja em cima do bolo: Luís Gomes, condenado a 6 anos de prisão por um crime que a justiça conjurou e ainda por cima é obrigado a indemnizar um irresponsável que não fez mais do que possuir sexualmente uma cidadã brasileira em situação carente.
Isto é assim. Está tão-só assim. Continua e continuará assim porque de facto nada em absoluto existe que democraticamente seja possível mudar.