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Artigos-->Somos todos marxistas -- 24/01/2007 - 22:39 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




“Somos todos marxistas”

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



A queda do muro de Berlim em 89 foi uma fratura exposta na ideologia, vieram à tona todas as contradições do socialismo real do leste europeu.

No entanto, os ideais de uma esquerda democrática ainda sobrevivem. Com a vitória de Lula em 2002 reavivou uma ponta de esperança de um governo orientado pelas políticas de uma esquerda moderna. Sem os vícios autoritários e burocráticos de outros governos ditos populares. Mas o governo liderado por Lula é de coalizão e afirmar que é de esquerda seria uma heresia.

“Somos todos marxistas” foi a frase cunhada pelo ex-ministro Antonio Delfim Netto para ilustrar a carência de grandes referências ideológicas. Possivelmente, fundamentada nos acordos políticos das eleições passadas. Lula de braços erguidos com Roseana Sarney, Ideli Salvati com o 11 de Esperidião Amim na lapela ou, quem sabe, o fato de um histórico marxista do gabarito de Roberto Freire ter apoiado Geraldo Alckmin para presidente tenha influenciado o senhor Delfim.

O filme Zuzu Angel retrata um pouco de nossa recente história de um Brasil governado por ditadores. O desespero de uma mãe em busca do filho desaparecido. E que foi torturado e morto pelos braços da repressão.

Mas, afinal, por que lutaram homens e mulheres contra os opressores na década de 70? Onde estavam os marxistas senão na clandestinidade ou banidos do país?

São tantos os sonhos desfeitos e a esperança desacreditada que a frase de Delfim Netto soa debochada e simplista. Um desprezo com a memória dos que sucumbiram nos cárceres. Um descaso com aqueles que ainda sofrem pelas seqüelas da tortura.

Aliás, por onde andava o senhor ex-ministro quando o filho de Zuzu Angel desapareceu?

Quantos revolucionários marxistas lutaram e perderam a vida contra a tirania dos generais ditadores. Dava-se a vida pela ideologia. O mundo era polarizado por uma guerra-fria.

E o que temos hoje: uma conclusão simplória. Quem reviu suas posições? Quem são os incoerentes? Perguntem as mães que ainda choram a ausência dos filhos.

Resta-nos saber em nome de quem fala Delfim Netto. Carlos Lamarca ou Roberto Campos?

Parodiando Tabajara Ruas, Antonio Delfim Netto perde sua alma ao afirmar “somos todos marxistas”. Sendo o senhor Delfim citado como provável ministro de Lula poderia ter afirmado aos marxistas “vocês vão ter que me engolir” seria menos criativo, mas seria mais honesto e espirituoso.

Definitivamente, somos todos marxistas.





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