Usina de Letras

O Brasil está com a faca e o queijo não mão em se tratando de biocombustível. É a única alternativa ao petróleo para os próximos 50 ou 100 anos. E no momento o Brasil é o único país capaz de produzir etanol e biodiesel capaz de suprir as necessidades de um mercado em expansão; e é o único que produz esse combustível de forma tão eficiente e a custos tão baixos.

Embora também produzam etanol em grande quantidade, os EUA não são capazes de produzi-lo em quantidade suficiente para suprir seu mercado. Isso porque o milho não tem a mesma produtividade que a cana e eles não têm espaço para expandir a produção de milho. Se o fizer, isso será em detrimento de outra cultura – aliás, isso já está acontecendo com a substituição da soja pelo milho, o que de toda forma favorece ao Brasil --, o que corresponde a trocar um problema por outro.

Se não bastasse isso, a questão do aquecimento global deve levar muitos países a procurar combustíveis menos poluentes favorecendo diretamente ao Brasil. O investimento de 8 bilhões de dólares por empresas japonesas na construção de usinas de álcool no interior do Brasil é só o começo. Em pouco tempo as grandes multinacionais vão enxergar no biocombustível o novo ouro – o ouro transparente, incolor – como aconteceu com o petróleo no século XX.

É por isso que o Brasil tem uma oportunidade ímpar de se tornar uma grande potência mundial. Só esperamos que nossos governantes não deixem essa oportunidade passar e não permitam que as grandes multinacionais se apossam da nosso knowrow na produção de biocombustível e façam como já fizeram no passado com o açúcar, a borracha e o café.