Tal como na TV a dona Leonor Beleza, ex-ministra da saúde portuguesa, ensinava: " - É sempre bom saber..." 
Três-democráticos-assassinosSaber o quê? Para quê? Que adiantará saber depois aquilo que antes não se sabia? Adianta, sim, adianta para todos aqueles que têm ou ainda têm tempo e bem souberem absorver as coordenadas fundamentais aos desideratos em apreço. É exactamente para esses que eu escrevo sem me importar com as eventuais consequências dos silêncios que andam para aí a enganar toda a gente com o que dizem. Estou-me deveras nas tintas para os déspotas hodiernos, autocratas ínvios que não têm espécie de caminho nenhum para legar à humanidade.
Segundo as últimas declarações do inspector-americano de armas, está em evidência que Bush e Blair, acolitados subservientemente por Durão Barroso, concertaram-se em propósito (o que estaria o Iraque a fazer às administrações americana e inglesa?), sob o comprovado equívoco das armas químicas, para que se despoletasse a qualquer preço a invasão do Iraque. O preço, pago até ao momento, não tem preço algum: 50 mil mortos de uma parte e 5 mil mortos de outra.
A paga que Durão Barroso recebeu, em inopinado lance, esteve e está defronte a todos os olhares: abandonou abruptamente, negando várias vezes o efeito enquanto o negociava, o eleito-cargo de primeiro-ministro de Portugal (o da tanga), algo nunca visto, para assumir o designado-cargo de presidente-fantoche da Comissão Europeia. Não é assim que se tem dito e escrito, mas é de facto assim o que se passou e se passa.
Em termos de pátria, como se qualificará pois uma atitude destas? De brincadeira trágica, dado parecer que se anda mesmo a brincar com casos sérios, ou por dealbar de um novo "estilo político", tal como se prefere convenientemente considerar? Quanto a mim e sem papas nas teclas, o termo a aplicar como uma luva, entre a explícita denúncia que a comunicação internacional apresenta sob bandeira branca, é: três-democráticos-assassinos!
Hirosima e Nagasaqui, 1945, num ápice, 100 mil mortos. Bagdad, 2007, cirurgicamente, 55 mil mortos. Até ao fim do seu mandato o senhor Bush logrará decerto número suficiente de vítimas para sentar-se honrosamente, cavaleiro de honor, no trono da História ao lado de Hitler com Harry Truman do outro lado.
Com contaminação ou sem ela, embora com impotente indignação, "é sempre bom saber-se...".
António Torre da Guia |