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Artigos-->SEM PÉ E SEM DEDO -- 22/03/2007 - 18:11 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É engraçado como os petistas acusam os tucanos de serem adeptos da privatização. Afinal, somos ou não somos um país capitalista? Ou já viramos comunistas e somente eu não estou sabendo? Essa histeria de acusações durante a campanha eleitoral dos petistas sobre as privatizações realizadas no governo do fatídico FHC é injusta, porque é passado. E naquele mesmo passado o povo brasileiro apoiou, ou praticamente se isolou com relação às privatizações. Houve algumas poucas manifestações de alguns gatos pingados balançando bandeiras vermelhas em frente às bolsas de valores do Rio e de SP. Não. Nunca fomos adeptos do FHC. Sabemos que o então candidato à presidência em 1994 pegou carona num plano econômico que já estava em andamento no Ministério da Fazenda, a pedido do presidente Itamar. Ganhou a eleição e se refestelou no poder sem fazer mais nada de bom, a não ser comemorar todos os anos o tal plano Real.



É muito próprio do sistema econômico capitalista a empresa ser de propriedade particular, ou de acionistas e não apenas do governo. Quando uma empresa pertence apenas ao governo, significa basicamente que o governo tem tendência comunista, ou de um socialismo meio termo, isto é, nem capitalismo nem comunismo. Mas, esse meio termo é também muito próprio de países que não chegam à lugar nenhum na economia, coisas assim como acontece em nosso país, cujo crescimento econômico até agora, no glorioso governo Lula, foi superior apenas ao Haiti, país que vive uma guerra sem final estipulado.



Mas, o único fator de importância tanto comunista, quanto socialista é a certeza da luta pela igualdade das classes, coisa que nunca chegou nem perto nos dois sistemas político-econômico. E nunca chegará. O que o governante pode fazer no combate às desigualdades sociais do sistema capitalista é investir pesado em tudo aquilo que a massa assalariada necessita e não tem no Brasil: emprego, saúde, educação, lazer, segurança, transporte e um salário, que embora frustrante possa dar um mínimo de subsistência. Isto não é uma exigência, é uma obrigação total do governante porque a população, mesmo esfalfada pela pobreza, paga, e paga caro por essas coisas que afinal não tem.



O sistema de saúde no Brasil é uma piada. Paga-se a vida inteira e de forma ditatorial, porque já vem descontado em folha. E – pobre de todos nós – quando precisamos. Damos de cara com um sistema emperrado, bruto, cínico, que maltrata as pessoas – principalmente as humildes – como se fossem animais. Sabem, caros leitores, coisa assim nazista, fascista e o diabo que carregue. Não funciona. Orgulho-me de não ter pagado durante aproximadamente vinte e sete anos ao INSS, nos tempos em que vivi nas ruas de São Paulo como camelô. E quando precisei tinha dinheiro no bolso para pagar um médico. E sabia antecipadamente que a aposentadoria no Brasil também é uma piada. Aliás, somente se aposentam com bons salários os espertos, os que enganam flagrantemente o sistema.



Conheci um rapaz do nordeste, que morava numa pensão em São Bernardo do Campo. O meu trabalho era de vendas de televisão Sharp e visitei aquela pensão para tentar algum negócio. Por coincidência o rapaz estava dando uma festança danada. Soltava rojões e fazia uma grande festa com churrascada e tudo o que tinha direito. O rapaz havia perdido o pé num acidente dentro da fábrica da Volks e estava comemorando, porque aquilo significava sua aposentadoria compulsória e vitalícia. Coisa assim de outro mundo! Um pé para o rapaz nordestino nada significava. Quem sabe houvesse perdido outra coisa ao invés do pé não comemoraria mais nada. Para aquele rapaz o seu capital era o pé perdido, simplesmente porque não trabalharia mais, quando o verdadeiro sonho de um homem deve ser o seu trabalho, trabalho que afinal goste, porque na realidade o pesadelo é fazer o que não se gosta.



Penso que o presidente Lula assim como o rapaz da pensão comemoram até hoje. Um, o dedo perdido, o outro o pé, uma vez que recebem gordas aposentadorias. Quantos brasileiros acidentados ganham sem trabalhar? Deve haver uma estatística impressionante em relação a isso.









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