Já ouvi um a «ismar» que estava aí o socretismo. É natural que esteja a sentir descer o nível da facilidade abundante no depósito do egoísmo...
Os delapidadores do templo, pelo lado do voto na mão do povo, protagonizem ao máximo os anjinhos a brincar aos diabinhos, apenas lograrão, e cada vez menos, o apoio dos acólitos que andam a segurar as asas à panela. O engenheiro não foi eleito maioritariamente por ser engenheiro ou pertencer ao PS, mas tão só por ser como é e representar algo de almejo muito íntimo no parecer dos portugueses. Apesar de ter sido obrigado a fechar o programa das promessas eleitorais em face do saco-roto que se lhe deparou, José Sócrates está a demonstrar com infinita paciência que será capaz de desfazer a grandessíssima embrulhada que os óbvios camaradas ensarilharam e lhe deixaram sobre a secretária. Para já, enquanto vai abrindo uma clareira de alívio aos velhos carenciados, está a afrontar com bem posicionado denodo os 33 anos de fumaça que se acumulou em intensa corrupção.
Outrossim, sob o mesmíssimo sentimento, porque a partidocracia da locupletação tácita é deveras o que é e se implantou em pleno descrédito - até 25% do PS se prontificou fugir atrás da poesia do caçador de patos - também, para séria e pacientemente pôr cobro à desgarrada política, os portugueses elegeram Cavaco Silva presidente da escavacada III República. Cavaco a cavaco, com muita cola europeia e séria determinação, quiçá o tandem que a esperança sensata elegeu, consiga abrir auspiciosa e segura nesga na janela (poderia ter escrito porta - apre!) do futuro.
Assim, para estragar mais do que já está estragado, os que agora se degladiam na confusa obsessão de voraz poder pessoal, podem começar desde já a guardar energias para 2016. A maioria dos portugueses está farta de treta, de berraria estulta e sobretudo já detectou sem equívoco o que a «casa-da-política-portuguesa» gasta e consome: gasta e consome tudo e em troca só dá paleio que já sequer diverte o auditório.
O PSD, baixinho como está, vai estando muito bem a gastar a ponta aos sapatos para pôr-se em bicos de pés. Lembra-me um garnizé a fazer paradoxal banzé perante a indiferença do galinheiro. Inclusive até proclama que os galos o estão a ouvir...