Paulo Portas, que quanto a mim é apenas uma irresponsável persiana automática (reconhecerá ele intimamente?) da nefanda partidocracia instalada, ainda não cessou de reclamar que o «PP» é dele. Anunciou que Lucas Pires se entregou ao PSD e Freitas do Amaral ao PS, como só ele fosse o legítimo herdeiro e memória legítima do CDS que o deu à luz, do tipo D. Afonso Henriques que se esteve nas tintas para as instantes conveniências da progenitora e seu séquito.
Presumindo que os portugueses se esquecem da canhoeira que ridiculamente enviou a pedir meças a um frágil barquinho, da baboseira que emitiu ao mandar trabalhar os malandros a quem nunca arrajou trabalho e de outras óbvias encrencas com estribilho popular, este persistente parodiante actual, apoiado por acólitos que pensam que a exuberante brincadeira está para durar, proclama agora que se oporá tenazmente a José Sócrates.
Pergunto: vai opor-se a quê, com quê e para quê? Sem o mínimo factual exemplo de comezinha liderança doméstica, debitando o ínvio e viperino paleio com que o povo rebenta de cheio?
Bem, morcões ainda os há, mas felizmente já não são aos montes.
António Torre da Guia
Porto - Portugal |