O verdadeiro heroísmo consiste em persistir por mais um momento quando tudo parece perdido. (W.F. Grenfel)
Aeroporto de Viracopos Junho de 1962, uma nova vida me esperava, falar italiano, trabalhar num avião enorme DC 8 – 62, viver só numa cidade desconhecida, Indaiatuba, e desfrutar de uma só coisa positiva um bom salário.
Hotel do Mingo e da Dna. Emilia, um quartinho no fundo de um corredor, telefone? Só aquele de acionar a manivelinha.
Cheguei bem cedo ao aeroporto, um enorme gerador me esperava para guiá-lo até embaixo do avião, disse a um colega que não sabia dirigir, ele o colocou pra mim e disse que depois do avião ir embora ele me daria alguma aula de direção.
Voltei para o escritório, o manual do dito gerador era escrito em Italiano, conversei com o mecânico que tinha me indicado, sr. Aldo Penco, ele me disse que tudo se arranjaria.
Me senti perdido, tinha vontade de largar tudo e ir embora, no sábado seguinte voltei pra São Paulo, e disse aos meus pais que talvez não agüentasse tanto tempo, disse a minha namorada, que esperasse mais um ano até eu ser efetivado.
De volta a Indaiatuba na segunda seguinte, fui correndo falar com o sr. Mario Candello, que me ensinou a dirigir, e em Itu, perto do Cemitério, fiz os exames, e obtive a carteira profissional.
Em Dezembro fui pra Itália, e depois disso trabalhei ao redor do mundo 28 anos e seis meses, se tivesse desistido, nem sei onde estaria hoje.