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Artigos-->RENAN, O BOM -- 02/07/2007 - 09:57 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O estágio atual do Senado Federal é um dos piores que podemos imaginar, diante de um quadro de desânimo, de debates inúteis no Conselho de Ética, no intuito de investigarem as peripécias emocionais de um presidente, que se tornou pai de uma criança fora do casamento. Isto não seria objeção nenhuma se não houvesse a suspeita de ter recebido ajuda financeira de um lobista para custeio da pensão alimentícia obtida pela mãe em juízo. Coisa própria dos teimosos apreciadores do sexo com muitas mulheres, e ao mesmo tempo não desejam responder pelas conseqüências. Podemos ser garanhões, mas temos de manter essa postura também em relação ao bolso, uma vez que a mulher hoje não está isenta de seus direitos, adquiridos numa longa e tenebrosa jornada de luta quando o homem fazia dela “gato e sapato”. Em relação à mulher de hoje o homem está “miando” tal e qual o felino doméstico, sendo aconselhável e muito louvável ser homem de uma só mulher.

O presidente Renan Calheiros ainda está dando uma de “todo poderoso”, suportando as pressões e negando renunciar, quando isto seria a salvação de seu futuro político. Agindo assim, ele como presidente não quer participar de um ato que elevaria sua imagem, porque daria ao Senado - um parlamento por excelência - mais oxigênio para o pleno funcionamento. A continuar do jeito que está o Senado permanece inerte, sem votar questões importantes que a sociedade aguarda durante anos. E tudo para resolver uma questão particular de sexo inseguro. Não é o cúmulo da suprema ignorância parlamentar? Em outros países o presidente seria forçado a pedir renúncia imediata. Nem julgamentos, nem conselhos de ética, nem pronunciamentos bombásticos. Simplesmente renúncia e rua: estaria fora da vida pública, porque dentro da renúncia de presidente abrangeria a renúncia do cargo de parlamentar. Mas, estamos no Brasil. E aqui o único parlamento que funciona é o dos índios, sentados em volta de uma fogueira, em noite de luar dentro dos recessos da floresta, fumando seus cachimbos e falando das providências urgentes da tribo, que resolvem da noite para o dia. E tudo gratuitamente, sem receberem nem mesmo um “muito obrigado”. O nosso parlamento, porém, vai de mal a pior. Não é “Serra Pelada”, nem uma Bolsa de Valores, mas certamente será o lugar onde mais corre dinheiro grosso a peso de ouro. Boa parte dos senadores são gordos como “Apício”, um sujeito riquíssimo que viveu nos tempos da Roma antiga. Possuía milhões e milhões de sestércios. O dinheiro era fruto de corrupções e mais corrupções do antigo Brasil, digo, da antiga Roma. Vivia no meio das bacanais e festas com repasto da melhor qualidade. Um dia Apício soube que sua fortuna era “apenas” de dois milhões de sestércios. Com receio de morrer de fome o pobre diabo suicidou-se.

A história de Apício é semelhante a história dos brasileiros. Nós procuramos apenas “viver a vida”, ou “deixar a vida nos levar”. Mas, quando descobrimos que essa vida não nos leva a nada, ficamos terrivelmente frustrados e aí sim começa nossa decadência, que em muitos casos se torna suicídio. É ou não suicídio um presidente do Senado trair seus relevantes encargos públicos e a todos os seus eleitores? Isto é coisa digna, ou indigna? Quem a gente pensava ser tão repleto de plenipotência não passava de um indivíduo ainda com resquício de um adolescente. Mas, se houvesse uma pesquisa iríamos descobrir que boa parte dos brasileiros pensa como Renan Calheiros. Até o chamariam de “Renan, o bom”. Ou, “Renan, o bom brasileiro”.

Enquanto isso o Senado fica paralítico e ainda surge um novo suspeito de corrupção: o senador Joaquim Roriz. Nasce assim uma nova dupla que não é sertaneja: Renam e Roriz. E o novo presidente do Conselho de Ética, Leomar Quitanilha, é suspeito de fraudes em licitações. Pelo jeito não se salvam nem as sombras de suas “excelências”, os senadores dessa imensa República tupiniquim.



Jeovah de Moura Nunes



(este artigo será publicado amanhã, dia 03 de julho no jornal: "Comércio do Jahu" - página 2 - Opinião)

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