O dramaturgo, escritor e jornalista Nelson Falcão Rodrigues nasceu em Recife (PE) no dia 23 de julho de 1912 e ainda muito jovem, influenciado por seu pai Mário Leite Rodrigues, iniciou-se no jornalismo.
A primeira peça que escreveu estreou em 1943 e chamava-se A mulher sem pecado, mas foi em 1943 com a montagem de Vestido de Noiva por Ziembinski que conheceu a fama. Daquele momento em diante Nelson Rodrigues foi considerado o moderno fundador do teatro brasileiro.
O teatro que se fazia até o surgimento do Vestido de Noiva tinha a estrutura fechada ao contrário da inovação inserida por Nelson: ele justapunha diversos tempos, situações, mostrava a visão mais verdadeira da realidade vivenciada, usando uma linguagem viva, coloquial retirada da classe média suburbana carioca.
A natureza humana exposta nas peças poderia ser estudada e discutida em toda sua complexidade.
Entre 1946 a 1980 surgiram as peças Anjo Negro, Álbum de Família, Dorotéia, A Valsa nº 6, Senhora dos Afogados, A Falecida, Perdoa-me por me traíres, Viúva, porém honesta, Os sete Gatinhos, O beijo no asfalto e A Serpente, que confirmaram sua habilidade para expor a natureza humana situada entre o trágico e o grotesco.
Algumas peças de Nelson Rodrigues receberam a versão cinematográfica entre elas Boca de Ouro, (Nelson Pereira dos Santos, 1962), Toda Nudez será castigada (Arnaldo Jabor, 1973), A dama do lotação (Neville de Almeida, 1978) e Bonitinha, mas ordinária (Braz Chediak, 1980).
Nelson escreveu 17 peças, nove romances (com o pseudônimo de Suzana Flagg), seis livros de contos e algumas novelas para a televisão. Ele mantinha ainda uma seção diária de contos publicados em jornal sob o título “A vida como ela é”, além de crônicas esportivas.
A obra de Nelson Rodrigues constitui um divisor de águas para o teatro brasileiro.
O escritor e sua obra estão sendo homenageados no Festival Literário de Paraty.
