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Artigos-->Fatos históricos do teatro tocantinense -- 02/08/2007 - 12:59 (Paulo Milhomens) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


“Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia: quanta maldição! O meu coração não quer dinheiro, quer poesia...”

Zeca Baleiro



Rua do Cabaçaco, s/nº, próxima à Catedral centenária. Alguns cineastas, outros tantos pesquisadores de universidades e passantes (figuras inconfundíveis, é verdade) conectados naquele pequeno espaço urbano de várias estórias e histórias, passaram por ali. Esse texto não apenas registra um endereço do Centro Histórico de Porto Nacional. Trata-se de uma breve colaboração acerca do pilar cultural tocantinense. Pelo menos em termos de marco histórico e geográfico. A região onde hoje está situada a cidade de Porto Nacional foi palco de transformações ocorridas no ciclo mineratório do ouro nas antigas paragens ao norte da capitania de Goyaz, entre os séculos XVIII e XIX, especificamente. Situada à margem do rio Tocantins, no decorrer de décadas, a presença de barcos carregados com ouro, ladrões, tropeiros, viramundos, padres e comerciantes demarcaram sua influência nas longínquas terras da coroa lusa. Com a criação do Estado tocantino pela Reforma Constituinte (1988), coube aos seus remanescentes (recém-naturalizados) a tentativa íngreme e complexa para uma reelaboração identitária (o que vem a ser um tocantinense?). Um pouco antes, em 1984, aportara por estas paragens um artista (vindo de Imperatriz, Maranhão) mambembe – estava de passagem com uma trupe teatral – , de violão nas costas, chegando com suas idéias, decidiu ficar. O jovem José Iramar acabou fixando residência na pequena cidade. Nos anos seguintes, os frutos dessa parceria com o lugar abarcou a formação de inúmeros artistas portuenses, ganhando mundo afora. Do tradicional cortejo católico pela encenação da Via Sacra, jovens começaram a germinar as primeiras idéias para seus grupos de teatro. Desta e outras atividades artísticas, surgiu na cena o grupo Chama Viva de Teatro, o mais antigo no Estado, fundado em 1985. Num Brasil em plena transição entre Ditadura e Democracia, com as particularidades inóspitas da Região Norte, o contexto não tão favorável politicamente, ainda assim, permitiu a Caravana Timbá de Teatro (evento que contou com a presença do diretor teatral brasiliense Humberto Pedrancini) registrar-se como forma de conexão entre os grupos de outros municípios tocantinenses. O que podemos chamar de geração de atores locais nos anos 90, resultou dessas ações culturais. Há exatos 22 anos, Iramar esteve (e está) atuante neste movimento, deixando farto material historiográfico para futuras gerações de artistas interessados nesta importante etapa cultural tocantina pós-Regime Militar. O prédio vizinho, do projeto social Comsaúde, abrigou as primeiras oficinas teatrais para crianças e jovens dos bairros pobres de Porto Nacional, ministradas por Iramar em 85. Ainda hoje, essas oficinas são realizadas a interessados. Ocorrem no mesmo lugar. Devo esclarecer ao leitor que também sou fruto dessa história. Minha passagem pelo teatro teve no seu bojo e início, profissionais (ex-alunos dele) radicados em Palmas, onde morei por 07 anos. Mas só tive a oportunidade de conhecê-lo um pouco mais tarde, quando fiz parte de um grupo teatral independente, onde o mesmo exerceu o trabalho de diretor. Evidentemente, nos trâmites oficiais de certos fatos históricos, muitas coisas não são escritas nem ditas por interesses circunstanciais, ideológicos, partidários, significantes de construções sociais direcionadas em determinados fins. A casa antiga, erguida na primeira década do século XX, posteriormente abrigo de nascimento do poeta Pedro Tierra (Hamilton Pereira) – coisa que descobri recentemente – , está disponível aos estudiosos. Rua do Cabaçaco – alusão a um antigo pé de Cabaça - , s/nº (ao lado da Comsaúde), próxima à Catedral. Seguramente, há um vasto material a ser divulgado. Dessa iniciativa, urge destacar momentos importantes na História da arte no Estado. José Iramar, lhe asseguro, adora receber visitas. E seu reconhecimento deve ser visto como obrigatoridade.

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