Desde 12 de Março de 2005, primeiro-ministro do XVII Governo Constitucional, ainda sem voltar por completo o prego ao programa que encabeçou, José Sócrates começou por afirmar:
«Conseguimos. Conseguimos. A partir de hoje há, em Portugal, uma nova maioria e uma nova esperança. Hoje o PS teve uma vitória verdadeiramente histórica. Nunca o PS tinha alcançado a maioria absoluta de mandatos na Assembleia da República. Hoje, temos uma maioria para governar Portugal».
Ao cabo de 29 meses de actuação, com o país a esfarelar-se economicamente por todos os lados, assolapado pelo chorrilho de diversificados escândalos que dia a dia ainda mais se vai estendendo, o primeiro-ministro acaba de demonstrar a óbvia subordinação (que os portugueses claramente recusaram) ao aparelho político que há décadas sustenta tão deprimente estado. Com juramento e tudo, aos 83 anos, Mário Soares assume a presidência da Comissão da Liberdade Religiosa, sucedendo ao silencioso Menéres Pimentel.
O que deveras quer dizer mais esta caricata cerimoniazinha? Tão-só que o primeiro-ministro, entre a onda de desemprego que avassala os lares portugueses com maior carência, continua de olhos fechados às prioridades que em absoluto estão a gerar crime e maior violência, ilegalidades do arco-da-velha e sobretudo miséria a rodos, enquanto parece divertir-se com panaceias cujo humor mete no bolso qualquer gato fedorento.
Aguardem-se os próximos passos e o resultado que vai subindo à tona. E não é azeite!... Conseguiram, claro, conseguiram o que facilmente se consegue...