Os primeiros registros sobre a luta de estudantes no Brasil coincidem com as escolas de ensino superior em território brasileiro, quais passaram a existir pela necessidade que a aristocracia brasileira tinha de ter um ensino próximo, para não precisar mandar seus filhos a Europa, estes levantes tinham uma característica de pedir melhorias nas escolas tendo em vista um padrão europeu como argumenta Arthur Poerner em seu livro Poder Jovem, onde esta bandeira era a principal luta dos estudantes, tendo em tão que o movimento estudantil e a educação eram bandeiras muito próximas de luta.
Os registros que envolveram essas lutas com grande aglomeração de estudantes foram documentados décadas depois no Rio de Janeiro, antiga capital federal, qual acabou na criação da União Nacional dos Estudantes em 13 de agosto de 1937.
Com a criação da União Nacional dos Estudantes, outras bandeiras de lutas foram acrescentadas às bandeiras de uma melhor educação, como a melhoria e baixa de preço nos transportes coletivos das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, os Teatros das Portas de Fabricas trazendo cultura e orientando os trabalhadores sobre seus direitos além de um dos momentos mais marcantes da história brasileira, o movimento “O Petróleo é Nosso” mobilizando diversos setores da sociedade em 1957 contra a exploração dos recursos nacional por empresas estrangeiras.
A partir de 1964 até 1986 o movimento estudantil em sua grande maioria teve um caráter de clandestinidade principalmente depois do incêndio criminoso na sede da UNE, na praia do flamengo, estudantes foram torturados, exilados e mortos como o presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas Edson Luiz de 16 anos em vinte oito de março de 1968 assassinado pelo regime militar.
Mesmo com a ditadura, o movimento estudantil em sua estrutura conseguiu se manter sólido até o fim do regime militar e voltando com grandes congressos como o de reorganização da União Nacional dos Estudantes em Salvador em 1979 e manifestações em torno das Diretas Já no início da década de oitenta.
Essa nova fase da história brasileira que fez com que o Brasil se redemocratizasse também fez com que o movimento estudantil tivesse uma nova estrutura, entre entidades gerais: União Nacional dos Estudantes e União Estadual dos Estudantes na esfera universitária e União Brasileira de Estudantes Secundaristas e Uniões Colegiais Estaduais na esfera secundarista, e entidades de base com o objetivo de ficar mais próximo dos estudantes como os Centros Acadêmicos e Diretórios Centrais dos Estudantes na esfera universitária e na esfera secundarista os Grêmios estudantis, tal estrutura já não mais sofria com a repressão e passou a ter novas bandeiras de luta.
As novas bandeiras nacionais vêm de uma pluralidade conquista pelo movimento estudantil ao longo do tempo, qual também fez com que o Movimento Estudantil fosse o principal interlocutor entre o Jovem e os demais setores da população e também dos governos, como a Bienal da UNE, tentando democratizar e debater cultura, discussões sobre o Meio Ambiente, além das bandeiras consensuais tiradas no Conselho de Entidade Geral - CONEG’s como a Reserva de Vagas em Escolas Públicas, a Reforma Universitária, o Passe Livre não apenas para estudantes se locomoveram as escolas, mas para acesso a cidade e seus endereços culturais como Museu e Biblioteca entre outros.
O Movimento Estudantil é marcado como o movimento social que mais lutou pela soberania nacional e por causas sociais e não apenas por questões de classe, sendo assim um movimento respeitado por todos brasileiros, com elogios ou críticas, mas um movimento social indispensável pelas lutas do povo.